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Passeio pela sétima arte

Professor e jornalista Franthiesco Ballerini descreve de forma inédita a história do cinema

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
22/02/2020 | 23:55
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Divulgação


Há mais de dez anos o jornalista e professor Franthiesco Ballerini dá aula de história do cinema. E a cada turma nova sempre é questionado pelos alunos sobre indicação de bibliografia, a fim de que possam estudar a fundo a matéria. “Era uma situação difícil porque as obras existentes no mercado editorial brasileiro, na minha visão, tinham lacunas e muitas vezes eu não conseguia indicar esses livros para os alunos”, explica. Segundo ele, o foco ficou sempre em cima do cinema hollywoodiano e esquecia de outros polos importantes do mundo.

Para pôr fim nesse impasse, ele resolveu se dedicar à pesquisa aprofundada sobre a sétima arte e, do trabalho, escreveu o livro História do Cinema Mundial (Summus Editorial, 140 páginas, R$ 106,40), que acaba de lançar. A publicação do autor, que atualmente faz doutorado na Universidade Metodista, em São Bernardo, subsidia de informações não só estudantes de comunicação, como também profissionais de cinema e do audiovisual, professores, artistas e os apaixonados pelas telonas.

Como é contada toda trajetória, o autor discorre desde as primeiras capturas de imagens em movimento, até os dias atuais. Ballerini conta como Hollywood se tornou a grande ‘fábrica de sonhos’, dedicou capítulos a outras indústrias poderosas, como Bollywood, na Índia, e chega até as recentes indústrias Chinawood e Nollywood, novos polos produtores das atrações exibidas nos grandes circuitos, espaços alternativos e para streaming.

“O objetivo do livro é que o leitor faça um passeio cultural e geográfico pelo mundo por meio do cinema. Quis trazer obras que o leitor pudesse assistir depois e ver diferentes formas de atuação, roteiro, fotografia etc. Tentei indicar os filmes mais emblemáticos e as premiações em festivais relevantes”, explica.

A publicação inclui sinopses dos clássicos; curiosidades sobre os bastidores da indústria cinematográfica; listas com os filmes essenciais (veja a dos brasileiros em destaque a partir da década de 1950 ao lado); fotografias que ajudam a contar a história de cada capítulo e, como destaque, o índice onomástico composto por todas as películas citadas e por diretores, atores e produtores.

Uma obra importante em um momento em que o cinema, principalmente o brasileiro, tem sido atacado. “Acho que o momento atual não é tão dramático quanto nos anos 1990, quando houve a extinção do Ministério da Cultura e o fim da produção mesmo. Quase chegamos a zero filmes no ano de 1993, reflexo do governo Collor. O que eu considero mais grave hoje é o dirigismo cultural do governo federal, essa tentativa de controlar o conteúdo e a liberdade artística descaradamente. Acontece que o cinema brasileiro é bom, tem destaque mundial, quando tem liberdade para falar o que ele quiser, de modo artístico, leve e estético, sem amarras ideológicas. Quando ela existe o cinema empobrece e o reflexo disso só veremos daqui um tempo”, sentencia.




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