Formada no estudo aprofundado da extinta União Soviética e do conflito do mundo bipolar Washington-Moscou, a futura secretária de Estado tem um estilo particular.
Embora seu nome Condoleezza evoque doçura, suas posições são rígidas e conservadoras. Sua forma de se expressar - sempre clara, direta e calma - parece seguir ao pé da letra o lema do ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, que no início do século XX dizia "fale com suavidade, mas carregue sempre consigo um grande garrote."
Com um carisma que parece reservado apenas a seus mais próximos, Rice conta com a confiança cega de Bush, que admira seu conhecimento em política externa, seu desempenho em temas espinhosos e sua clareza para explicar conflitos internacionais.
Desde 2001, sob o primeiro mandato de George W. Bush, foi a primeira mulher à frente do Conselho Nacional de Segurança, encarregado de coordenar as relações da Casa Branca, o departamento de Estado, o Pentágono e os serviços de Inteligência. Desde então, enfrenta circunstâncias excepcionais com os atentados de 11 de setembro de 2001 e a guerra contra o Iraque, lançada em março de 2003.
Agora essa mulher de 50 anos recém cumpridos, conservadora, solteira e com impressionantes antecedentes acadêmicos, chega à secretaria de Estado, atingindo o posto mais alto já alcançado por uma negra de origens humildes nos Estados Unidos.
A relação de Rice com Bush é tão estreita que ela já até chamou o presidente de "meu marido", segundo convidados de um jantar em Washington.
Bush, além de chamá-la carinhosamente de "Condie", não hesita em abraçá-la em público e, certa vez, disse, em tom de brincadeira, que depois de sua esposa Laura, ela é a primeira pessoa com quem fala todas as manhãs para colocar sua agenda internacional em dia.
Ela é, inclusive, um dos poucos membros da administração que tem autorização para visitar a família presidencial nas férias, no rancho do presidente em Crawford, Texas.
Rice nasceu em 14 de novembro de 1954 e sua mãe, uma professora de música, inventou seu nome inspirada na expressão italiana "com dolcezza" (com doçura). O pai, um pastor e professor em Birmingham (Alabama), não se opôs à idéia.
Além de falar fluentemente o russo, ela tem habilidades de sobra para tocar piano e patinar. Condolezza Rice é apontada como um das artífices das políticas contra os países que representam uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos, o que explica sua intransigente defesa das manobras militares de Washington no Afeganistão e no Iraque.
Com apenas 26 anos e um doutorado em ciências políticas, ela se tornou professora do Centro Universitário de Stanford para a Segurança Internacional e Controle de Armas. Agora ela terá de lidar com a luta contra o terrorismo, o conflito entre israelenses e palestinos e a democratização do Oriente Médio, as grandes prioridades de Washington neste momento.
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