O vereador Mário Marte Marinho Júnior (PMDB) deu entrada a projeto de lei na Câmara de Sorocaba a 92 quilômetros de Sao Paulo, proibindo o uso do prédio da cadeia pública, desativada há um mês, para abrigar menores infratores. A transferência provisória de menores do Complexo Imigrantes da Fundaçao Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem), cuja unidade foi destruída durante a rebeliao ocorrida entre domingo (04) e segunda-feira (25), para o antigo "cadeiao" de Sorocaba foi cogitada pelo governo estadual. Segundo o vereador, o prédio está em precárias condiçoes e nao comporta mais presos ou presas. "Muito menos serve para fins educacionais de menores infratores." A cadeia, situada na Avenida General Carneiro, próximo do centro, fica no meio de um bairro populoso e é cercada por escolas, hospitais e templos.

Segundo Marte Júnior, Sorocaba foi "presenteada" pelo governo do estado com a recente construçao de uma penitenciária e uma Casa de Detençao, e nao comporta mais estabelecimentos prisionais ou corretivos.

O plano da Febem de instalar uma unidade no município para desafogar as unidades da capital foi discutido com a prefeitura. Mas o secretário municipal de Defesa da Cidadania, Walter José Nunes de Campos, disse que a comunidade é contrária ao empreendimento. Segundo ele, a prefeitura vai fazer o possível para impedir a instalaçao. "As rebelioes em Sao Paulo só demonstram que estamos certos ao nao querer esse tipo de estabelecimento por aqui." Campos disse que a administraçao da Febem foi informada de que Sorocaba nao quer a unidade. "Eles disseram que será um centro modelar a exemplo do existente em Ribeirao Preto, mas lá também houve rebeliao." Segundo o secretário, a prefeitura nao pretende discutir a destinaçao dos 42 menores infratores de Sorocaba que estao em unidades da capital. "Menor em regime de privaçao de liberdade é da responsabilidade do estado", disse.