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Polícia liberta em SP adolescente seqüestrado há 74 dias
16/12/2003 | 22:03
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Sem o dedo mindinho da mão esquerda — cortado e mandado para forçar a família a pagar o resgate —, o estudante de 16 anos que ficou 74 dias em cativeiro foi encontrado pelos pais, na madrugada desta terça-feira, nas proximidades do Shopping Aricanduva, na zona Leste de São Paulo, em estado de choque.

Desnutrido, magro, sem conseguir falar, o jovem foi libertado porque a polícia prendeu, na tarde de segunda-feira, William Franklin de Freitas Vargas, 24 anos, o William Fantasma, chefe da quadrilha de seqüestradores. O resgate não foi pago.

Condenado por assassinato, assaltos e com cinco fugas dos distritos policiais da capital e do Cadeião de Pinheiros, Vargas confessou outros dois seqüestros, um deles o de Bianca, filha de Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, acusado pela polícia de ser o maior contrabandista de cigarros do País.

Vargas denunciou Fábio Fernandes da Silva, o Vampiro, como responsável pelo contato telefônico para o pagamento do resgate do estudante de 16 anos. Vampiro fugiu no mês passado da Penitenciária do Estado e se juntou ao grupo. Um outro participante da quadrilha, Ítalo Antonio Santos, foi preso na semana passada pela Divisão Anti-Seqüestro (DAS).

Nos vários cativeiros, o jovem ficou dias sem comer e beber. "Os médicos examinaram o corte na mão esquerda, refizeram o curativo e disseram que estava tudo bem", explicou o delegado Luiz Carlos do Carmo, da Delegacia Seccional de São Mateus, que chefiou as investigações.

Postos – Filho de um nissei, dono de uma rede de postos de gasolina na zona Leste de São Paulo, o estudando foi seqüestrado na noite de 3 de outubro após um jogo de futebol no Clube Nipo-Brasileiro, em Itaquera. Estava a caminho do vestiário quando foi levado por três homens. Os telefonemas com o pedido de resgate passaram a ser monitorados pela DAS. O pai do garoto dizia não ter os US$ 500 mil pedidos.

Na última sexta-feira, o delegado Carmo recebeu informações de que Vargas seria um dos seqüestradores e o prendeu na tarde de segunda-feira próximo da Favela dos Cocos, em São Mateus. "Fomos no barraco onde morava e encontramos as roupas do menino. Depois, o convencemos e, pelo celular, no começo da madrugada, mandou soltar o rapaz".

Vargas impressionou os policiais quando contou como cortou o dedo do estudante. "Eu tinha avisado o pai que ia mandar um pedaço do filho se não pagasse. Cortei o dedo e limpei o resto com álcool. Ele não sentiu dor porque comprei um anestésico". E disse que não sente pena das vítimas.




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