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Lula usa jantar para tentar conter 'rebelião' do PMDB
Do Diário OnLine
Com Agências
19/11/2004 | 15:11
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá um jantar nesta sexta-feira, a partir das 20h, com a bancada do PMDB no Senado, composta por 23 membros. O anfitrião do encontro será o ministro da Previdência Social, Amir Lando, que é filiado à legenda 'rebelde'.

O PMDB, fundamental para o governo garantir vitórias na Câmara e no Senado, anda bastante insatisfeito com o Palácio do Planalto e deve formalizar sua saída da base aliada no próximo mês. A insatisfação mais latente da legenda, porém, está entre a bancada peemedebista na Câmara – onde a corrente de descontentes é bem grande.

O objetivo do encontro é fortalecer a corrente governista do PMDB, da qual Lando e o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, fazem parte.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), outro pilar da ala favorável à permanência do PMDB na base, não poderá comparecer ao jantar. Ele disse que explicou ao presidente Lula e ao líder do partido, senador Renan Calheiros (AL), que tem um compromisso agendado há dois meses no Amapá. Sarney receberá esta noite o título de 'doutor honoris causa' da Universidade Federal do Estado.

O senador disse ter a esperança de que o encontro da bancada com Lula ajude a conter a 'rebelião' na legenda. "Espero que sirva para dirimir as incompreensões entre a bancada e a área política do governo."

Mas os governistas são a minoria no PMDB atualmente. A ala majoritária parece ser a liderada pelo presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), que defende uma postura de 'independência' em relação ao governo federal. Os três governadores da região Sul - Germano Rigotto (RS), João Henrique da Silveira (SC) e Roberto Requião (PR), todos do PMDB – também são adeptos dessa tendência.

Os governadores Jarbas Vasconcellos (PE) e Rosinha Garotinho (RJ), por sua parte, lideram a ala mais 'radical' dos peemedebistas. Eles são favoráveis ao rompimento total com o governo e a entrada da legenda na oposição.

O futuro do PMDB será decidido na convenção nacional, marcada para 12 de dezembro. A posição do partido em relação ao governo e o lançamento de uma candidatura própria à Presidência da República nas eleições de 2006 serão os principais temas do evento.

Os diretórios estaduais e municipais têm até o dia 5 de dezembro para realizar convenções e definir a posição sobre os dois assuntos. Nesta semana, Sarney chegou a declarar que a direção do partido havia recebido 17 pedidos de diretórios para que o PMDB adiasse a decisão sobre a saída do governo. Entretanto, Michel Temer disse que desconhecia os pedidos e confirmou a convenção.




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