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BC vende mais US$ 500 mi em leilao-conjugado
Do Diário do Grande ABC
10/12/1999 | 19:31
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O Banco Central vendeu nesta sexta-feira mais US$ 500 milhoes ao mercado no segundo leilao-conjugado que fez para abastecer o mercado com dólares na virada do ano. A demanda, no entanto, chegou a US$ 839,5 milhoes. Mas o chefe do Departamento de Operaçoes das Reservas Internacionais (Depin) do BC, Daso Coimbra, avaliou que a "demanda real" ficou próxima dos US$ 500 milhoes vendidos e afirmou que "agora o mercado está suprido".

Ele explicou que a demanda chegou a US$ 839,5 milhoes porque os `dealers' (bancos que operam em nome do BC no mercado) sao obrigados a participar do leilao e também fizeram propostas. Mesmo nao tendo interesse em adquirir a moeda. Coimbra ressaltou que, embora o mercado esteja suprido, o BC continuará monitorando as demandas das instituiçoes por dólar e, se necessário, serao feitos outros leiloes. "Estamos prontos para fazer novos leiloes", assegurou.

Com as preocupaçoes por causa do bug do milênio e, também, pela sazonalidade do final do ano - quando há uma retraçao na oferta de linhas externas ao País, ao mesmo tempo em que sao feitos fortes pagamentos ao exterior -, o Banco Central lançou mao da alternativa dos leiloes-conjugados para abastecer o mercado com dólares. Para participar, no momento em que apresenta a proposta para a compra da moeda americana, o banco também assina o compromisso de revendê-la ao Banco Central. O primeiro leilao foi feito no dia 3 passado e o segundo nesta sexta-feira.

Nos dois a data de liquidaçao da venda dos dólares será no dia 29 próximo. Isso significa que, naquele dia, o BC entrega a moeda americana às instituiçoes. No dia 5 de janeiro será a data de liquidaçao de compra do primeiro leilao - ou seja, os bancos devolvem os dólares ao BC e recebem os reais. A data de liquidaçao de compra do segundo leilao será 10 de janeiro. "A idéia dos leiloes foi só para este período", disse o chefe do Depin. Ele admitiu, porém, que "havendo novos problemas conjunturais", o BC poderá voltar a fazer os leiloes conjugados depois da passagem do ano.

Sem revelar a cotaçao que aceitou vender a moeda, Coimbra afirmou que a diferença entre o preço que o BC vendeu os dólares e o que vai receber em janeiro foi de R$ 0,006217 a favor dos bancos. No total, portanto, uma diferença equivalente a R$ 3,1 milhoes. O chefe do Depin garantiu que isso nao significa perda para o Banco Central porque, no período entre as datas de liquidaçao das duas operaçoes, este valor será compensado com a aplicaçao dos reais que recebeu dos bancos.

Coimbra admitiu que quem comprou dólares no segundo leilao conseguiu um preço mais baixo. Isso porque a taxa de juros cobrada entre os bancos nos empréstimos em dólar já está mais baixa que na semana passada. Caiu de 8% ao ano para 6,5%, mesmo nível do período que antecedeu a retraçao de linhas por causa do bug, segundo o chefe do Depin. Nas propostas que fazem ao BC, os bancos consideram estas taxas no cálculo da cotaçao que oferecem.

O chefe do Depin assegurou, ainda, que, mesmo havendo necessidade de fazer mais leiloes, nao há risco do Brasil descumprir a meta fixada no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relaçao ao piso das reservas líquidas. Ele disse que em novembro o piso era de US$ 20,990 bilhoes e o País fechou o mês com US$ 25,990 bilhoes. Para este mês, o piso é de US$ 20,300 bilhoes. "Estamos com mais margem ainda", afirmou.




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