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Soluçao para preço da nafta pode estar com o governo
Do Diário do Grande ABC
20/08/2000 | 21:04
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O impasse nas negociaçoes para a definiçao do preço da nafta só deverá ser superado com a intervençao do governo, acreditam alguns empresários do setor petroquímico. Por enquanto, o debate entre representantes da Petrobrás e das três centrais petroquímicas - Petroquímica Uniao (PqU), Copene e Copesul - nao tem condiçoes de prosperar. A estatal faz exigências desconexas, em total desacordo com o discurso e com as recentes resoluçoes do governo federal. Para esses empresários, essas exigências podem estar escondendo o interesse das autoridades de Brasília em protelar uma situaçao que proporciona receita extra ao Tesouro Nacional.

A proposta apresentada pela Petrobrás, considerada inaceitável pelo setor privado, condiciona o fornecimento de nafta ao compromisso de as indústrias de primeira geraçao comprarem a matéria-prima exclusivamente da estatal. Na hipótese de vir a ser aceita, a medida anulará decisao de Brasília de desregulamentar o setor e abrir as importaçoes do produto ao setor privado, que deverá ser beneficiado ainda este mês com a isençao do Imposto de Importaçao. Com isso, a quebra do monopólio da estatal, decretado pelo governo, torna-se inócua.

Outra exigência é a manutençao das chamadas correntes de retorno das centrais. Isso significa que os resíduos líquidos provenientes do processamento da nafta para a produçao de resinas plásticas terao de continuar sendo devolvidos às refinarias para que possam ser reaproveitados na produçao de gasolina. As centrais petroquímicas foram autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) a produzirem até 5% da gasolina consumida no mercado interno. Com a imposiçao da Petrobrás, a autorizaçao fica anulada e a estatal deixa de ceder espaço no mercado interno às centrais, o que corresponderia a uma perda de faturamento da ordem de R$ 720 milhoes ao ano.




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