Internacional Titulo
Tratamento contra ereçao divide o mundo farmacêutico
Do Diário do Grande ABC
03/07/1999 | 15:59
Compartilhar notícia


Os laboratórios farmacêuticos e seus remédios contra a impotência sofreram duras críticas durante o congresso sobre ``disfunçoes eréteis', encerrado este sábado em Paris, com a comparaçao do resultado do tratamento do Viagra com o de injeçoes no pênis. ``Para os laboratórios, é uma luta até a morte pelos bilhoes de dólares que estao em jogo', disse o doutor Ronald Virag, criador das injeçoes e ``papa' francês da sexologia.

De forma pouco habitual na medicina, os principais estudos apresentados durante o contresso, primeiro desta índole desde a entrada no mercado do Viagra, apresentaram resultados contraditórios ao avaliar o sucesso da famosa pílula azul do laboratórios Pfizer.

Entre os homens que sofrem de impotência ou ``falhas' repetidas, a eficácia do Viagra é, segundo a Pfizer, de aproximadamente 70%, com um índice de satisfaçao dos que o utilizaram de 48% a 78%.

Estes resultados foram confirmados por um estudo realizado na França e na Itália em 18 centros médicos, pois dos 124 pacientes que passaram das injeçoes à pílula, 85% disseram ter se sentido satisfeitos. Apenas 9% dos pacientes se queixaram de ineficácia do Viagra e 2% se viram forçados a parar o tratamento por causa dos efeitos colaterais. No total, 75% das pessoas com problemas de ereçao decidiram continuar com o Viagra.

No entanto, este estudo realizado pelos professores Francesco Montorsi, do Instituto San Raffele de Milao e François Guiliano, do hospital Kremlin-Bicètre de Paris, foi ``apadrinhado' pelo Pfizer.

Os laboratórios Schwarz Pharma, que comercializam o EDEX, uma das duas substâncias utilizadas nas injeçoes intracavernosas do pênis, chegaram a uma conclusao totalmente oposta. Este estudo, que apoiaram financeiramente os laboratórios, foi feito no Columbia Presbyterian Hospital de Nova York pelo doutor Ridwan Shabsigh com 145 pacientes. Nele, 68% dos pacientes abandonaram o Viagra e 90% das pessoas decidiram voltar às injeçoes.

Outro estudo, que será publicado em breve na revista especializada Urology, foi feito pelo doutor Ronald Virag junto a 316 pacientes que se apresentaram no último trimestre de 1998 por problemas de ereçao. Entre eles, disse Virag, um quarto nao quis tomar o Viagra por medo dos efeitos colaterais e outros provaram doses diferentes do remédio. No total, apenas 32% continuaram tomando o Viagra, 34% superaram seus temores e decidiram receber as injeçoes, enquanto 25% consideraram ser melhor alternar os dois tratamentos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;