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Cidade natal de João Paulo II tenta voltar à normalidade
Da AFP
04/04/2005 | 19:28
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Wadowice, a cidade natal de João Paulo II, no sul da Polônia, continuava rezando nesta segunda-feira pelo papa, que morreu no sábado, ao mesmo tempo em que tenta voltar à normalidade.

"É difícil retomar as atividades depois de uma morte como esta", comentou Stanislaw Kotarba, porta-voz da prefeitura. "Estamos profundamente entristecidos e nos dói muito, não é uma vida normal", acrescentou.

Apesar da perda, os habitantes de Wadowice voltaram ao trabalho nesta segunda-feira e as lojas abriram suas portas.

Nesta manhã, a igreja, que realiza missas desde sexta-feira por Karol Wojtyla, estava com metade dos bancos ocupados.

Moradores das proximidades de Wadowice e peregrinos depositavam ramos de flores e acendiam velas diante do busto de bronze do papa, cedido pela prefeitura no domingo para ser exibido perto da basílica e da casa natal de Karol Wojtyla, a poucos metros.

Foi na basílica de Nossa Senhora que o pequeno Karol Wojtyla, nascido em 18 de maio de 1920 em Wadowice, foi batizado.

Como em toda a Polônia, as bandeiras também estão a meio pau em Wadowice. Em todo o país, prefeituras e o governo cancelaram eventos durante a semana em sinal de luto até o sepultamento de João Paulo II.

Estátua do papa - O município de Varsóvia decidiu erguer uma estátua ao papa João Paulo II no local onde o Pontífice celebrou sua primeira missa durante sua peregrinação à Polônia em junho de 1979.

Naquela ocasião, o papa pediu aos poloneses, ante uma multidão de mais de um milhão de fiéis, em pleno comunismo, que não tivessem medo. "Esta mensagem teve um efeito determinante na história da Polônia", ressaltou o prefeito de Varsóvia, Lech Kaczynski.

Muitos compatriotas de João Paulo II entenderam a mensagem como um chamado à resistência aos regimes que então imperavam na Europa Oriental.

Os conselhos municipais de Varsóvia desejam que o monumento seja erguido até o dia do 27º aniversário da escolha de Karol Wojtyla à Santa Sé.

No domingo, dia seguinte à morte do Papa, mais de 100 mil pessoas participaram na capital polonesa de uma missa celebrada ao ar livre na Praça Pilsudski, localizada em frente ao monumento do soldado morto.

Uma maré de jovens invadiu, na noite desta segunda-feira, as ruas de Cracóvia para prestar uma homenagem ao papa João Paulo II, que sempre foi muito próximo à juventude durante seu pontificado de 26 anos.

Mais de 150 mil jovens, segundo a polícia, se reuniram na praça dos Inválidos, perto da cidade antiga de Cracóvia (sul), respondendo a um apelo geral da população transmitido através de mensagens telefônicas, da internet e de boca-a-boca.

Na frente do cortejo, Kassia Fronczyk, uma estudante de Cracóvia, carregava uma bandeira com as cores do Vaticano - amarelo e branco -, adornada com fitas negras. "Uma amiga me enviou uma mensagem por telefone me chamando para a procissão", explicou.

O papa, que mantinha ótimas relações com os jovens, institucionalizou há 20 anos os Dias Mundiais da Juventude.

Desde o anúncio de sua morte, foram essencialmente os jovens que, de vela na mão, se amontoaram diante da janela do arcebispado de Cracóvia, onde morava João Paulo II sempre que retornava a sua terra natal.

A marcha da noite desta segunda-feira em Cracóvia, cidade em que o papa passou 16 anos de sua vida, foi liderada por um policial que guiou a multidão até a esplanada onde o Santo Padre celebrou uma missa memorável em 2002.

Às 21h37 locais (16h37 Brasília), a multidão ergueu suas velas a um céu estrelado para marcar as exatas 48 horas que passaram desde a morte do Sumo Pontífice. As pessoas cantaram e se juntaram em pequenos círculos para rezar fervorosamente. Nenhum incidente foi registrado.

A segurança foi reforçada para esta procissão. "Mesmo se esta congregação foi autorizada, é nosso dever zelar pela segurança das pessoas e pela da cidade", explicou Sylwia Bober, uma porta-voz policial.

Além disso, 15 mil torcedores dos dois times inimigos da Cracóvia - o Cracóvia, do qual João Paulo II era um fã, e o Wisla-Cracóvia - se juntaram com os jogadores em um dos estádios da cidade para celebrar uma missa de reconciliação.

Atrás do altar, havia sido colocada uma grande faixa na qual se podia ler: "Santo Padre, teu clube Cracóvia te diz adeus". 




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