O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã desta segunda-feira, no Palácio do Planalto, com o presidente do diretório regional do PMDB em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia, para novamente convidar o partido a apoiar o governo federal no Congresso Nacional.

Na saída do encontro, Quércia visivelmente adotou um discurso pró Lula. "Nós apoiamos o governo e queremos que o governo ouse mais na questão do crescimento do Brasil", disse o peemedebista. "Nós, em São Paulo, por exemplo, queremos que o PMDB apóie o governo, mas queremos também que tenha um projeto próprio com características brasileiras", completou.

As palavras do ex-governador de São Paulo surpreenderam, tendo em vista que ele, no fim do mano passado, integrou a ala do PMDB que defendeu uma independência total em relação ao governo. "Nunca coloquei objeção ao apoio do PMDB ao governo federal. Eu coloquei objeção a aspectos da política econômica porque acredito ser preciso ter um oponente nacionalista", explicou.

O presidente regional do partido revelou que o apoio ao governo Lula pode ser um caminho para a recuperação da união interna do PMDB. "O que pode unir o partido hoje é um esforço para apoiar o governo no Congresso, na Câmara Federal e no Senado, o que já acontece com mais ênfase no Senado, e tem um pouco de dificuldade na Câmara", disse.

Economia – Orestes Quércia mostrou certa insatisfação com a política econômica adotada pelo governo federal, representado pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "Eu disse a ele (Lula) que nós temos que ter uma ação no sentido, como têm os chineses e a Índia, de colaborar com a pequena e média empresa para que elas colaborem com o processo de exportação do país. Existe possibilidade de ter projeto nacional que não é o projeto da receita do FMI (Fundo Monetário Internacional)", analisou.

Eleições 2006 – Sobre a eleição Presidencial de 2006, o presidente regional do PMDB em São Paulo revelou que o assunto não foi debatido. No entanto, ele voltou a afirmar ser absolutamente contrário a uma aliança entre PT e PMDB. "Eu acho que o PMDB tem que ter candidato a presidente", disse.

De acordo com Quércia, outra reunião deve ser realizada com a participação do presidente nacional do PT, José Genoíno, e do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).