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Populaçao faz marcha contra a violência no Rio
Do Diário do Grande ABC
30/10/1999 | 15:14
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Com uma rosa branca nas maos, a dona de casa Alva Batista de Carvalho caminhou neste sábado pelas ruas do bairro Sao Francisco, em Niterói, pedindo uma resposta das autoridades para o assassinato do filho Marco Aurélio dos Santos, 32 anos, no último dia 7. Ao lado dela, cerca de mil pessoas _ vestidas de branco e carregando faixas e baloes de gás _ cobraram providências para crimes cometidos este ano contra parentes e amigos em Niterói.

Organizada por entidades comunitárias do município, a caminhada ``Pela Vida e Pela Paz' se estendeu por cinco quilômetros pelos bairros Sao Francisco e Icaraí, na Zona Sul da cidade. Os manifestantes saíram às 9h30 da Igreja Sao Francisco Xavier, na Praia de Sao Francisco.

Caminhando ao lado do marido Nelson Pinto, dona Alva lamentou a demora da polícia em solucionar o assassinato do filho. ``Nao sofro mais, só sinto saudades. Mas a maior infelicidade nao é minha, e sim das maes dos assassinos', disse a mae de Marco Aurélio, que era advogado e foi morto dentro de seu Fiat Marea. Também foi assassinado um amigo, Ronaldo Ribeiro, de 31 anos, que estava no banco carona. Os dois iriam se casar com duas irmas gêmeas e voltavam de uma feira de móveis, onde haviam comprado o enxoval.

Pároco da Igreja Sao Francisco Xavier, o padre Ridz Antunes disse que está apreensivo com a onda de violência. ``Isto está refletindo nos movimentos pastorais. Com medo de sair de casa, os fiéis nao participam mais das reunioes à noite', informou. Segundo ele, mensalmente cinco mil pessoas freqüentam a paróquia. O padre disse que vai entregar esta semana à Aquidiocese um abaixo-assinado dos moradores. O documento depois será levado às autoridades do estado.

Levantamento da Secretaria de Segurança Pública mostra que ocorreram este ano 60 homicídios para cada 100 mil moradores em Niterói. O índice é maior do que o da cidade do Rio. ``Semana passada, ocorreram dois estupros perto da minha casa. Precisamos de mais polícia na rua. Estou perplexo com a onda de crimes', destacou o ministro da Eucaristia da Igreja, Alfredo Merçon, 64 anos.




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