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Trabalhadores da TRW acham ‘pacote’ ridículo
Carolina Rodriguez
Do Diário do Grande ABC
16/12/2003 | 23:21
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O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não colocou em votação o novo pacote de demissão apresentado pela TRW aos trabalhadores da unidade de Mauá, nesta terça, em assembléia realizada na porta da fábrica. Segundo o diretor executivo da entidade, Donizete Messias de Gouveia, o Bolinha, a proposta é “ridícula” e não traz avanços. “Não colocamos (a proposta) em votação em respeito aos trabalhadores.” Se um novo pacote não fosse apresentada até esta terça, os trabalhadores entrariam em greve geral a partir de quarta. A TRW foi procurada pela reportagem do Diário, mas não se manifestou sobre o assunto.

Pela nova proposta, a TRW pagaria 5 salários aos cerca de 500 trabalhadores que não serão transferidos para Limeira junto com a fábrica. O valor mínimo seria de R$ 5,5 mil para os trabalhadores que ganham abaixo de R$ 1,1 mil e o máximo de R$ 10 mil para os trabalhadores que ganham acima de R$ 2 mil. A reivindicação do Sindicato é que a empresa pague 12 salários aos trabalhadores, sem teto.

De acordo com Bolinha, o impasse da negociação está por conta da cláusula econômica. As cláusulas sociais – assistência médica por 10 meses e cesta básica no valor de R$ 400, a ser paga no dia 15 de janeiro – já foram aprovadas pelos trabalhadores. A ajuda que será oferecida pela empresa aos 200 trabalhadores que serão transferidos para o interior do Estado – durante três meses, a TRW pagará as despesas com moradia, um vale-refeição por dia, 12 viagens a São Paulo ou a estadia em Limeira, caso a família do trabalhador queira conhecer a cidade – também foi aprovada pelos funcionários.

A fábrica de Mauá possui ao todo 700 trabalhadores e fabrica direção, suspensão e cinto de segurança. Segundo o diretor-executivo do Sindicato, por dia são fabricadas 20 mil peças na unidade, comercializadas no mercado interno. A companhia possui duas outras fábricas na região: em Santo André, que faz válvulas; e em Diadema, de itens eletrônicos.

Histórico – A TRW explicou que o motivo da transferência da fábrica de Mauá para Limeira é manter os negócios de direção, suspensão e cinto de segurança, da unidade de Mauá, em operação no Brasil, com crescimento do mercado interno e externo, e a manutenção dos postos de trabalho. Com a mudança de endereço, a empresa irá integrar as produções das duas plantas – em Limeira são fabricados freios e a fábrica possui capacidade ociosa – para otimizar os recursos como tecnologia. Em janeiro deste ano, a companhia já havia informado que desativaria a atividade de produção de cintos e, por conta disso, demitiu cerca de 200 funcionários.




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