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Kabul faz plano de reconstrução, mas espera verba internacional
Das Agências
09/01/2002 | 14:28
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As autoridades afegãs acabaram de dar os últimos toques a um plano de reconstrução de seu país previsto para um período de dez anos. O Afeganistão, devastado por 23 anos de guerra, agora só espera o dinheiro internacional para começar a trabalhar, segundo o ministro do Planejamento, Haji Muhammad Mohaqqeq.

O plano de reconstrução será submetido ao exame do governo provisório no próximo conselho de ministros, afirmou Mohaqqeq em Kabul. "Quando for aprovado pelo governo será apresentado em Tóquio" durante a conferência de doadores, que será realizada nos dias 21 e 22 de janeiro, declarou o ministro.

"Em Tóquio, esperamos que a comunidade internacional faça suas promessas de ajuda para a reconstrução do Afeganistão", afirmou.

Quando a conferência tiver aprovado um orçamento e os doadores tiverem concretizado suas promessas, o governo estará disposto "a começar no dia seguinte", assegurou o ministro.

O Afeganistão está em ruínas após duas décadas de guerra. Um terço de Kabul está em ruínas, os serviços de telefonia, eletricidade e água só existem em algumas cidades, e a economia ficou reduzida praticamente a zero.

As rotas de transporte são perigosas e estão destruídas: o subsolo afegão tem mais de 10 milhões de minas. A maioria de escolas e edifícios públicos deve ser reconstruída.

O custo de todos estes trabalhos oscila entre um mínimo de US$ 6,5 bilhões e US$ 25 bilhões. Segundo Mohaqqeq, quando os fundos começarem a chegar, a reconstrução do Afeganistão será iniciada imediatamente.

"Tudo está pronto para colocar o plano em prática, só precisamos de dinheiro", declarou o ministro. A prioridade absoluta para o plano de reconstrução é garantir a segurança em todo o país, disse. "Esperamos que todas as pessoas do Afeganistão que vivem no estrangeiro voltem logo. Queremos ajudar o povo a reconstruir suas casas. Esperamos poder dar ao povo materiais de construção; para os agricultores, algumas vacas, material agrícola e sementes."

Para convencer os mais de 5 milhões de refugiados afegãos que vivem no Paquistão e no Irã, a nova administração provisória, instaurada em 22 de dezembro para um período de seis meses, tem que poder garantir-lhes emprego, indicou Mohaqqeq. O plano de reconstrução prevê projetos a curto e longo, no decorrer de dez anos. "A curto prazo, por exemplo, reconstruiremos as escolas, e a longo prazo, as estradas", disse. Muitas ONGs já começaram a realizar projetos de reconstrução.

Em Tóquio, a delegação afegã será conduzida pelo chefe do governo provisório Hamid Karzai, e incluirá entre outros o ministro do Planejamento, o chanceler Abdulah Abdulah, o ministro da Reconstrução, Amin Farhang, e o ministro de Finanças, Hedayat Amin Arsala.




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