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MP acusa deputados de revenderem passagens
28/12/2006 | 21:59
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A Procuradoria da República em Maringá e o Ministério Público do Estado do Paraná vão investigar a possível revenda de passagens destinadas a deputados federais. A suspeita é que alguns deputados estariam transformando em dinheiro os créditos de passagens aéreas a que têm direito, sem efetivamente utilizá-las. Posteriormente, as passagens seriam revendidas por uma agência de turismo de Maringá, no norte do Paraná.

As denúncias envolvem os deputados federais Maurício Rabelo (PR-TO), Milton Barbosa (PSC-BA) e Luiz José Bittencourt (PMDB-GO).

Foi descoberto o bilhete eletrônico de uma reserva confirmada por Rabelo em 18 de agosto de 2005, em Brasília, com o localizador QWQ4CV. No entanto, o mesmo bilhete foi vendido pela Katar Turismo, de Maringá, à Câmara Municipal da cidade, e utilizada pela vereadora Marly Martin Silva (PFL) para uma viagem a Curitiba no dia seguinte.

A vereadora disse desconhecer o deputado pelo Tocantins e demonstrou surpresa com as denúncias. Ela afirmou que, na época, ao prestar contas, estranhou que o valor anotado no e-mail com instruções para a retirada da passagem e o efetivamente registrado no documento eram diferentes. Depois de questionar a direção da Câmara, a fatura foi feita sobre o valor menor.

O prefeito de Maringá, Silvio Barros (PP), também pode ter sido vítima da dupla venda de passagem. Um bilhete que tinha reserva confirmada em Brasília para uma viagem do deputado Milton Barbosa em 1º de fevereiro deste ano, com o localizador C4SJLC, foi revendida pela Katar Turismo à prefeitura, que mantinha, naquela época, convênio com a agência. O prefeito utilizou-a para viajar de Curitiba a Maringá no dia 7 de fevereiro.

O chefe de gabinete da prefeitura, Ulisses Maia, disse que ninguém sabia da possível venda de passagens em duplicidade. “Na documentação que nos chegava não aparecia qualquer referência”, afirmou.

Apesar de desconhecer essa denúncia, a prefeitura rescindiu o contrato com a Katar Turismo, em agosto, em razão de outras possíveis irregularidades levantadas pela Secretaria de Controle Interno, como o não repasse de descontos.

No caso do deputado Bittencourt, três passagens teriam sido adquiridas pelo gabinete no dia 10 de abril deste ano, mas revendidas pela Katar Turismo à UEM (Universidade Estadual de Maringá). Elas foram utilizadas sete dias depois por professores que viajaram de Maringá a São Paulo.

Algumas passagens adquiridas pela UEM trazem a expressão: “pagamento deputado”. A instituição se diz vítima dessa situação e pediu que o caso seja esclarecido pelos promotores e pela Câmara dos Deputados.




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