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Ex-motorista de ambulância é hoje dono de funerária
Do Diário do Grande ABC
16/05/1999 | 17:09
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Ex-motorista de ambulância do Hospital Salgado Filho, Almir Medeiros, de 54 anos, é atualmente dono de uma grande empresa funerária da zona norte do Rio, a Novo Rio, em Guadalupe. Medeiros admitiu que conhecia o auxiliar de enfermagem Edson Izidoro Guimaraes, suspeito da morte de 131 pacientes da Unidade de Pacientes Traumáticos (UPT), mas negou que pagasse propina para funcionários do hospital indicarem sua empresa às famílias dos mortos.

O nome de Medeiros surgiu pela primeira vez na sexta-feira, durante conversa de Guimaraes com deputados da Comissao de Direitos Humanos da Câmara. Segundo o deputado Carlos Santana (PT-RJ), coordenador da subcomissao criada para acompanhar o caso, Guimaraes citou Medeiros como uma das pessoas envolvidas na "máfia das funerárias".

Ao saber da conversa com os deputados, a delegada encarregada do caso, Marta Cavallieri, decidiu reinquirir Guimaraes nesta segunda-feira (17) para que as novas informaçoes constem do inquérito policial e sejam investigadas.

"Nao precisamos disso", disse neste domingo Medeiros, negando envolvimento com a máfia. "Somos uma empresa muito grande: temos convênio com 52 igrejas evangélicas para serviços de sepultamento." Medeiros disse ainda que se a sua empresa sepultou alguém por indicaçao de funcionários do Salgado Filho, ele nao teve conhecimento.

Ele contou que trabalhou no Salgado Filho como motorista de ambulância durante 22 anos. Deixou o hospital em 1993, quando foi transferido para a Fazenda Modelo, centro municipal de atendimento à populaçao de rua, onde se aposentou há dois anos.

Segundo Medeiros, desde que saiu do Salgado Filho ele é sócio cotista da Funerária Novo Rio. O ex-motorista de ambulância disse que nunca notou a existência de um esquema de propinas para funcionários do hospital durante os 22 anos em que trabalhou lá.

"Eu nao tinha grande contato com o Edson, mas o conhecia", disse Medeiros, referindo-se ao auxiliar de enfermagem. "Mas ele me parecia uma pessoa normal, nao tinha nada de louco."

Medeiros reclamou de estar tendo prejuízo em seu negócio desde que a história de Guimaraes passou a ser divulgada. "Perdi diversos convênios."




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