O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, disse nesta sexta que as negociações da Rodada de Doha estão num momento “absolutamente crucial”, que deve ser aproveitado para que se chegue a um acordo.

“Os próximos meses serão favoráveis para que os principais participantes nas negociações (EUA, Brasil, Índia e União Européia) encontrem convergência”, falou Lamy, durante sua visita de um dia ao México.

Ele lembrou ainda que o poder do presidente americano, George W. Bush, para negociar livremente expira em junho. Estados Unidos e União Européia vêm mostrando resistência em reduzir seus subsídios agrícolas, contra o interesse dos países emergentes.

O presidente americano, acrescentou Lamy, solicitou a ampliação de sua autoridade para negociar, mas se não conseguir, o Congresso terá a última palavra sobre qualquer acordo na OMC.

“Sabemos que temos pouco tempo, não porque temos uma data limite para as negociações, não há data limite para as negociações, mas porque as políticas de negociação dos próximos meses são favoráveis”, assinalou. “Mais adiante, o ambiente pode ser menos favorável. Este período é absolutamente crucial”, destacou.

“Precisamos de novos números dos Estados Unidos, sobre em que medida estão dispostos a reduzir os subsídios, e dos países emergentes sobre serviços e produtos industriais”, acrescentou. Lamy ainda disse que, assim que os acordos básicos forem assinados na Rodada de Doha, ainda faltarão oito ou nove meses para a conclusão das negociações.