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Greve no INSS já deixou 290 mil sem atendimento no ABC
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
15/11/2001 | 20:19
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  Pelo menos 290 mil pessoas deixaram de ser atendidas nas seis agências da Previdência Social do Grande ABC por conta da greve dos servidores públicos federais deflagrada nacionalmente no dia 8 de agosto e que completou 100 dias nesta quinta. Somente na Agência São Bernardo, a maior da região e a primeira a aderir ao movimento, passam por dia 1,2 mil pessoas.

Segundo o comando do movimento, não há perspectiva para o fim da greve. Atualmente, são 39 mil servidores parados em todo o país. Na noite de quarta, a Advocacia-Geral da União (AGU) pronunciou decisão do juiz da 17ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, José Pires da Cunha, que obriga a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) e o Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes) a declarar a greve encerrada e promover o imediato retorno dos servidores às atividades. Pela sentença, se a greve não fosse suspensa em 24 horas, as entidades, os sindicalistas e os servidores que descumprissem a decisão judicial estariam sujeitos a uma multa diária de R$ 50 mil.

Diante da decisão do juiz, segundo o membro da comando de greve Izequiel Barbosa, o departamento jurídico da Federação Nacional dos Servidores em Previdência e Saúde (Fenasps), filiada à CNTSS, vai nesta sexta ter acesso ao processo e posteriormente recorrer da decisão na Justiça.

A posição do departamento jurídico é de que a decisão “não tem embasamento jurídico e é uma medida intimidatória do governo”, como, segundo Barbosa, ocorreu em 1995, durante a greve dos petroleiros. “A greve continua, nada mudou”, disse Barbosa.

Os servidores estiveram nesta quinta reunidos em Brasília para mais uma plenária com representantes estaduais. De acordo com Tadeu Noronha Trajano, dirigente da Fenasps em Brasília e membro da comissão de greve, a última proposta do governo foi de um reajuste salarial de 3,5% e um novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), que seria definido pelo desempenho do servidor. A proposta foi recusada pelos grevistas. “O governo quer nos vencer pelo cansaço, mas não vai conseguir”, disse.

Os servidores federais pedem 75,47% de reposição salarial por um período de sete anos sem reajuste; o reconhecimento oficial do PCCS, que compõe o salário de cerca de 18 mil servidores, sendo responsável por 47,11% do vencimento; e a realização de concurso público. “O salário-base é de R$ 330; o resto são penduricalhos que podem ser retirados a qualquer momento”, disse Trajano.




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