Política Titulo
Marinho quer 30% de remanejamento
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
19/11/2009 | 07:43
Compartilhar notícia
Andréa Iseki/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), quando é governo, se utiliza de uma cartilha. Quando oposição, lança mão de outra. Agora, o petista quer trabalhar com remanejamento de 30% do orçamento de R$ 2,9 bilhões para 2010. Quando o PT era oposição, defendia, em plenário, que 5% eram suficientes para o governo cumprir a gestão.

Essa dupla identidade partidário-ideológica deve ser uma das principais discussões entre as bases de oposição e situação da Câmara na quarta-feira, quando pode ser votada a peça orçamentária para 2010.

Antes, porém, secretários do governo petista irão explicar algumas mudanças na redação do projeto que foi enviado ao Legislativo para ser votado.

As explicações poderão ser acompanhadas pela população hoje, às 9h, no Plenário Tereza Delta, em audiência pública com parlamentares e o primeiro escalão da administração.

Historicamente, os petistas defendem margem de 5% da verba do bolo orçamentário que podem ser retirada de uma área para ser alocada em outra, durante o exercício do mandato. Porém, no fim do ano passado, após Marinho vencer as eleições, o discurso mudou.

Os companheiros do chefe do Executivo brigaram para obter maior fatia de remanejamento sob o argumento de que a peça não fora confeccionada pelo grupo que viria dirigir a cidade a partir de janeiro - integrantes da gestão do ex-prefeito William Dib (2002-2008) - formularam a proposta. Utilizaram-se da justificativa de que sempre fora a pretensão do PT trabalhar com baixo índice de possibilidade para mudar os recursos. Detalhe: os vereadores hoje oposicionistas - à época governistas, e em maioria na Casa - aprovaram os 5%.

"Já adianto que vamos fazer emenda para que a fatia de alterações seja entre 5% e 10%, índice que eles (petistas e aliados) sempre foram a favor. E outra: o orçamento que será apreciado foi pensado pelo governo, com consulta à sociedade (por meio de audiências públicas). Assim, 30% de suplementação é um exagero, porque as coisas têm de estar muito corretas", discorre Ary de Oliveira, líder da oposição.

O líder do governo na Câmara, Tião Mateus (PT), defendeu a porcentagem de quase 1/3 de remanejamento do orçamento. E ressaltou que não há incoerência em defender 5% enquanto estava na oposição e 30% quando integra a base de sustentação do prefeito.

"Nos anos anteriores não passamos por crise. Dessa forma, tem de haver mais flexibilidade para aplicar a verba. Mas tenho certeza de que essa questão será objeto de grande discussão", justificou Tião.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;