Os garotos estão desaparecidos no país vizinho há nove meses, quando foram seqüestrados pelo pai, Eri Daniel Rojas, na casa onde viviam, em São Bernardo. Mesmo com a evidente lentidão nos trabalhos, o diplomata nega as acusações de que a polícia de seu país esteja sendo negligente na operação. "O presidente Nicanor Duarte Frutos pediu intensificação na procura. E em reunião que tive pessoalmente com o novo comandante, Carlos Zelaya, ele me disse, categoricamente, que os meninos voltarão ao Brasil o mais rápido possível", disse Sotto.
Zelaya é advogado e homem de confiança do presidente Duarte Frutos. Assumiu o cargo de comandante da Polícia em meados de outubro, depois que Humberto Nuñez foi demitido, em virtude da onda de violência que se abateu sobre o país. Há suspeitas de que Nuñez e o ex vice-ministro do Interior, Eustaquio Colman Ramirez, escondiam o paradeiro de Rojas e ocultavam o esconderijo dos irmãos, em nome da amizade que tinham com Marildo e Lucio Rojas, policiais e tios dos irmãos.
O cônsul fez questão de frisar que confia no "novo comando". E não quis comentar a atuação da equipe recém demitida. "Pediria um pouco mais de paciência. Um crédito ao novo comando, porque acabaram de assumir e já mostraram empenho. Quando a causa é nobre, o mundo conspira a favor."
Nesta quinta-feira, a mãe dos meninos, a pastora metodista Genilma Boehler, enviará à ONU (Organização das Nações Unidas) documento em que acusa formalmente o governo paraguaio de negligência na procura de seus filhos. Ela é representada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia do Rio Grande do Sul, que deu novo fôlego à pressão diplomática que deve ser feita pelo governo brasileiro.
O presidente do Paraguai chega nesta quinta ao Rio de Janeiro para uma reunião entre líderes de 19 países latinoamericanos, e Genilma vai aproveitar a oportunidade para reivindicar o retorno de Guillermo e Arturo. Acompanhada de militantes metodistas e grupos de defesa dos direitos humanos, a pastora fará vigília e jejum em frente ao Hotel Sofitel, em Copacabana, para exigir que os acordos firmados pelos países do Mercosul sejam cumpridos na prática.
Patinando - A Justiça paraguaia já determinou a busca e apreensão dos menores, em junho, mas até esta quarta as investigações não avançaram. De acordo com o relações públicas da Polícia, o comissário Santiago Velazco, três equipes especiais foram criadas para cuidar exclusivamente do caso. Os grupos priorizam no momento as áreas de fronteira com o Brasil e a Argentina. "Não está descartada a hipótese de que Rojas tenha fugido com os filhos para outro país vizinho ao Paraguai", avaliou.
Apesar de garantir o empenho da polícia, as investigações voltaram à estaca zero. Familiares de Rojas estão novamente sendo interrogados, e as cidades onde vivem, visitadas. O Ministério Público do Paraguai já cumpriu esta etapa dos trabalhos, na procura por indícios do paradeiro de Rojas e das crianças, há menos de um mês. Não obteve nenhuma informação relevante.
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