Ainda no discurso que fez na cerimônia de transmissao do cargo de ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, que recebeu do ex-ministro Celso Lafer, o novo ministro, Clóvis Carvalho, disse que, embora alguns duvidem disso, ele veio para somar. "Por mais que alguns duvidem, venho sim", assegurou Carvalho, dizendo que a meta de alcançar US$ 100 milhoes em 2002 nao comporta exclusivismos. Ele afirmou, no entanto, que tanto a estabilidade como a responsabilidade fiscal, embora fundamentais, "nao garantem, em si mesmas, as condiçoes suficientes para que o País acelere o crescimento, assim como só o crescimento nao garante a distribuiçao mais justa da renda". Carvalho disse ainda que a concepçao de política industrial do governo "descarta o protecionismo, mas tem, no crescimento das exportaçoes sua peça-chave".

Quanto a reforma tributária, Clóvis Carvalho disse que as negociaçoes entre Legislativo e Executivo avançaram para um consenso em quatro pontos-chave: a) nao haverá diminuiçao de arrecadaçao nos três níveis federativos; b) haverá simplificaçao tributária; c) o IVA terá uma legislaçao única federal; d) serao eliminados os impostos em cascata. "Temos convicçao de que estamos muito perto de se chegar a um consenso", afirmou. Carvalho espera que até o fim do ano o projeto seja aprovado pelo menos na Câmara. O atual secretário de Política Industrial, Hélio Mattar, deve permanecer em sua equipe, segundo o ministro.