O candidato a prefeito de Belém, Leonardo Braga, o "Sheik" (PAN), prestou depoimento nesta quarta-feira à juíza Nadja Nara Cobra Meda, da 3ª Vara Penal de Belém. No depoimento, que durou mais de três horas, o candidato negou que tenha cometido crime de atentado violento ao pudor contra suas filhas, entao com 8 e 10 anos. Sheik teve a sua prisao preventiva decretada na última sexta-feira, com base em denúncias feitas por sua ex-mulher, Ana Cássia do Nascimento Jucá, em janeiro de 1999.

Segundo as denúncias, Sheik fazia sexo com sua atual mulher, Dilcimar dos Santos Cruz, na frente das filhas e depois as molestavam sexualmente. As crianças confirmaram as acusaçoes ao SOS Criança e à Divisao de Atendimento à Criança (Data) da Polícia Civil do Pará. Dilcimar também foi ouvida ontem pela juíza. Ela foi presa preventivamente no sábado, dia 2, acusada de co-autoria no crime.

Por nao ter curso superior, Sheik está dividindo cela com 11 detentos que respondem a processos por assaltos, furtos e estupros, na Seccional Urbana da Sacramenta, em Belém. A juíza Nadja Cobra vai decidir, nos próximos dias, se acata o parecer do Ministério Público e mantêm o candidato preso, ou se determina a sua soltura.

A promotora Regina Abade, que na terça-feira passada deu parecer contrário ao pedido de revogaçao da prisao do candidato, disse que o processo está apenas começando e Sheik só será impedido de disputar a eleiçao de 1º de outubro se até essa data ele for condenado.

"Os laudos do IML nao deixa dúvidas quanto ao fato de as crianças terem sofrido atos libidinosos. A grande questao agora é definir a autoria", analisou a promotora. A justiça vai ouvir testemunhas de defesa e de acusaçao. Ana Cássia, que mora atualmente em Macapá, deve ser ouvida por carta-precatório, o mesmo acontecendo com as filhas do candidato.