As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Favela Naval de Diadema, que abrigará 132 unidades habitacionais de dois dormitórios, estão paralisadas há pelo menos um mês. A Prefeitura justificou a pausa por conta da rescisão de contrato com a Araguaia Construtora Brasileira de Rodovias, vencedora da licitação em junho do ano passado.
A Araguaia, empresa com filial em Diadema e sede em São Carlos (SP), alegou atrasos por parte da Prefeitura no pagamento dos serviços executados desde agosto de 2008. "Só agora, em meados de abril, a administração municipal pagou as parcelas referentes a agosto e setembro do ano passado (R$ 175.730,83)", afirmou o gerente comercial Luis Carlos Maria.
A Prefeitura confirmou ontem o atraso nas parcelas com a Araguaia, mas por conta de "pendências relacionadas à documentação entre a Caixa Econômica Federal, o Ministério das Cidades (responsável pelo PAC) e a administração, resolvidas entre janeiro e fevereiro deste ano".
O PAC Naval consiste em um conjunto de quatro intervenções, entre obras de infraestrutura, habitacional e de equipamentos públicos próximos da favela. O investimento total é de R$ 25,5 milhões, sendo R$ 20,5 milhões financiados com o PAC, uma das bandeiras do governo federal. Os R$ 5 milhões restantes são contrapartida da Prefeitura.
Sem mencionar o atraso no pagamento das parcelas para a construtora, o arquiteto e secretário de Habitação de Desenvolvimento Urbano de Diadema, Márcio Luiz Vale, afirmou que a diminuição do ritmo das obras no canteiro Naval foi por conta da saída da Araguaia. "A empresa está passando por dificuldades financeiras e resolvemos rescindir o contrato", justificou.
O gerente comercial da Araguaia admitiu que a construtora passa por "momentos difíceis" por conta da crise mundial. "Suspendemos a execução dos serviços com a falta de pagamento. Agora, temos ainda um saldo a ver com a Prefeitura do serviço realizado", explicou Carlos Maria. A construtora já realizou várias obras na cidade, como, a construção da Avenida Ulysses Guimarães.
O cronograma de obras na Favela Naval, divisa com São Bernardo, é de 12 meses, segundo Vale. O secretário afirmou que o prazo para entrega das unidades está indefinido, principalmente por conta de algumas famílias que insistem em não deixar suas casas.
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