Sem um balanço definitivo da catástrofe, impossível de determinar devido às dificuldades de comunicaçao, estima-se que aproximadamente 10 mil pessoas morreram no estado de Orissa, no golfo de Bengala.

Milhares de pessoas estao isoladas nas zonas costeiras inundadas, sem alimentos nem água potável e expostos às epidemias provocadas pela poluiçao das águas, em que ainda flutuam cadáveres.

A maioria das estradas continua bloqueada e os helicópteros do exército revezam-se na tarefa de soltar pacotes de alimentos, medicamentos e outros elementos de socorro, mas as medidas sao insuficientes e nao atingem todas as zonas afetadas. ``A situaçao vai piorar se essas comunidades continuarem isoladas', explicou Julian Francis, delegado da Federaçao Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e da Meia Lua Vermelha em Bhubaneshwar, capital de Orissa.

O exército, que mobilizou milhares de soldados, estimou que a situaçao deve começar a se normalizar em uma semana. Além do conserto das estradas e pontes e da ajuda às comunidades isoladas, o exército tem como missao proteger os comboios de ajuda, que estao sendo atacados e saqueados.

Após ter sofrido ventos que alcançaram 260 Km/h e ondas que ultrapassaram oito metros de altura, as zonas costeiras de Orissa, sofrem com a enchente dos rios.

Na regiao mais afetada, a do porto industrial de Paradip, pelo menos 1.500 cadáveres foram incinerados, segundo o jornal Indian Express, que antecipou um possível balanço entre 7 e 8 mil mortos nessa regiao.

O governo estatal de Orissa pediu às autoridades federais em Nova Délhi uma ajuda de emergência de US$ 70 milhoes. O presidente norte-americano, Bill Clinton, anunciou nesta terça-feira, em Oslo, uma ajuda de US$ 2,1 milhoes, principalmente em alimentos. O Japao, por sua parte, ofereceu US$ 25 mil.

O Papa Joao Paulo II enviou nesta quarta-feira mensagem às autoridades indianas, na qual expressa ``dor e solidaridade' às famílias dos milhares de mortos em conseqüência da passagem do violento furacao que devastou o Estado de Orissa, leste da India.

Joao Paulo II, que viajará sexta-feira para Nova Delhi, demonstrou na mensagem ``solidaridade com todos aqueles que foram afetados pela tragédia' e pediu uma intervençao ``rápida e eficaz' da comunidade internacional.