A festa mais popular do Brasil, o Carnaval, mais uma vez ficará longe dos sete municípios do Grande ABC. Pelo quarto ano consecutivo não haverá desfiles na região. A justificativa das administrações é válida, usar a verba que iria para o samba para impulsionar áreas mais prioritárias, como saúde e educação.

É mais do que evidente que a situação financeira das cidades não permite extravagâncias. E os prefeitos devem voltar a atenção para a solução de problemas do cotidiano.
Entretanto, a busca de parceiros da iniciativa privada poderia ser a solução mais indicada para que os foliões do Grande ABC mantivessem viva a tradição de disputa entre as agremiações, principalmente em Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá, que concentram as maiores escolas.

Carnaval sempre foi um assunto pulsante no Grande ABC. Anos atrás, inclusive, foi debatida no Consórcio Intermunicipal a possibilidade de realização de um desfile regional, que envolvesse as escolas de todas as cidades. Essa proposta contou com o apoio deste Diário, que destinou várias reportagens ao tema.

Chegou-se, inclusive, a discutir a formação da Liga das Ligas, que reuniria e representaria os carnavalescos de todas as cidades. Mas que nunca saiu do papel.

Nos tempos atuais, uma boa atitude foi implementada pela Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba de Santo André), que arrecadou junto às empresas R$ 2 milhões para a promoção da disputa. Mesmo assim o evento não foi autorizado pela Prefeitura. Restando à entidade e também à Uesa (União das Escolas de Samba de Santo André) a promoção de outras atividades.

A população do Grande ABC certamente gosta de Carnaval e sente a falta dos desfiles. Entretanto, enquanto não houver um modelo que possa ser implantado sem onerar os cofres públicos, a folia se torna impraticável. A festa dura apenas quatro dias, mas os demais problemas, o ano todo.