A tensão social se reduziu nesta quinta-feira na Bolívia devido à comemoração do feriado de Corpus Christi. Camponeses e indígenas suspenderam as reivindicações sobre a nacionalização dos hidrocarbonetos e a convocação de uma Assembléia Constituinte.

A festa de Corpus Christi permitiu normalizar as atividades no centro de La Paz. Lojas comerciais abriram normalmente e a Plaza Murillo, onde ficam o Palácio Quemado e o Congresso, parecia tranqüila. Seus acessos eram vigiados pela polícia antimotins e pelo Exército. Durante toda a semana os acessos a essa praça foram cenário de duros enfrentamentos protagonizados por centenas de manifestantes que queriam tomar a sede do Congresso.

O líder da Confederação Sindical Única dos Trabalhadores Camponeses da Bolívia, Román Loayza, anunciou a trégüa, destacando que "temos que ser respeitosos (com a festa católica); por isso vamos dar um dia de descanso a nossos irmãos".

Apesar do fim da tensão social nesta quinta-feira, La Paz continuava isolada do resto do país e com sinais de desabastecimento de alguns alimentos e de gasolina, o que obrigou os motoristas a formarem filas nos postos. "O problema persiste na cidade de El Alto, onde ainda há bloqueios de estradas, o que impede as viagens ao interior do país", disse o coronel Hernán Jaimes, chefe da polícia de La Paz.

Os milhares de camponeses e indígenas que chegaram de vários lugares do país permanecem alojados no campus da Universidade de La Paz e em outros lugares da cidade.