Economia Titulo Dívidas em haver
Inadimplência recua 3% na região até novembro

Fatores como redução nos juros, liberação do FGTS e discreta melhora no emprego contribuem

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
17/12/2019 | 07:23
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Denis Maciel/DGABC


Aos poucos, o consumidor do Grande ABC vai reduzindo suas dívidas em haver acumuladas ao longo dos últimos anos, em decorrência da crise e do aumento do desemprego. A inadimplência apresentou recuo de 3% de janeiro a novembro, na comparação com o acumulado de 2018. Somente em novembro, a queda foi de 2,6%, em relação a igual mês do ano passado e, ante outubro, houve diminuição de 0,2%.

Os dados da Boa Vista consideram seis dos sete municípios, à exceção de Rio Grande da Serra, e foram divulgados ontem. O indicador de registro de inadimplência é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas.

Embora a queda na inadimplência não seja muito expressiva, conforme avalia o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, é bem-vinda e se deve a três fatores: redução dos juros, uma vez que a Selic agora está na taxa histórica de 4,5% ao ano, discreta melhora do emprego formal e liberação dos saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

“O impacto não é grande, se considerarmos uma economia que vem combalida já há bastante tempo. Ainda assim, essa redução pode ser motivada por questões relevantes. A primeira é a taxa de juros mais baixa, que cria cenário mais favorável à renegociação de dívidas. Outra é que, ainda que de maneira muito tímida, existe uma pequena reação no mercado formal de trabalho e isso acaba impactando também. A terceira é liberação dos saques do FGTS”, pontua Balistiero. “É uma notícia razoável, considerando que em períodos de recessão normalmente o nível de endividamento sobe exatamente para que a pessoa possa enfrentar esse momento em que a renda e o emprego caem”, complementa o especialista.

Vale lembrar que, conforme o Diário noticiou exatamente há um mês, de janeiro a outubro, segundo dados do Serasa Consumidor, 899,5 mil pessoas estavam com o ‘nome sujo’ na região, sendo que este número havia aumentado 33,3% em relação a 2018. A quantidade de pessoas com dívidas em haver atingia um terço da população das sete cidades, composta por 2,7 milhões de pessoas. Ou seja, ainda há longo caminho a ser percorrido até que a saúde financeira do morador da região melhore.

CRÉDITO - A retração na inadimplência, portanto, ainda é insuficiente para que o indicador de recuperação de crédito, elaborado a partir das exclusões de registros informadas à Boa Vista pelas empresas credoras, reaja.

No Grande ABC, no acumulado do ano ainda se tem uma queda de 1,4%, em relação aos 11 meses de 2018. Em novembro, houve queda de 0,2% ante igual mês do ano passado. A boa notícia, entretanto, é que, frente a outubro, houve uma melhora de 0,8%.

RENEGOCIAÇÃO

O feirão on-line de renegociação de dívidas do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) foi prorrogado até o dia 23. interessados podem verificar no site do feirão do SPC Brasil (www.spcbrasil.org.br/feirao/) se as empresas em que estão devendo aderiram ao programa. O desconto no valor da dívida em alguns casos pode chegar a 90% e é possível realizar parcelamento maior ou um novo prazo para quitar a dívida, de acordo com o SPC.
 




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