A suspensão do uso de câmeras nos ônibus e o afastamento de funcionários permitiram que a circulação dos veículos da Expresso Guarará e da Viação São José fosse normal ontem. A tranquilidade contrastou com o clima de anteontem, dia marcado por uma paralisação de quatro horas de motoristas e cobradores e algumas confusões.

A principal queixa dos funcionários se referia a filmagens que estavam sendo feitas de forma velada dentro dos ônibus, cujas imagens teriam resultado na demissão de alguns trabalhadores. Motoristas e funcionários da administração da Expresso Guarará confirmaram que não houve novas filmagens desde terça-feira.

Porém, o diretor da Expresso Guarará, Francesco Tripicchio, 50 anos, afirmou que os motoristas e cobradores sabiam da existência das filmagens dentro dos veículos. "Tenho assinatura de todos os motoristas, afirmando estar cientes desse tipo de filmagem."

Outra exigência foi a saída de três funcionários que faziam parte da administração da empresa. Segundo o diretor, dois já foram afastados e um terceiro também será. Provavelmente, os três serão demitidos.

Tripicchio também revelou que acontecerá uma reunião entre a direção da empresa e o Sindicato dos Rodoviários do ABC para falar sobre todas as decisões da Guarará.

O diretor lamentou a paralisação de terça-feira, pois aposta no diálogo. "Acredito que foi precipitada. Eles (motoristas e cobradores) deveriam ter procurado o presidente da categoria e passado as reclamações. Acredito que o diálogo é sempre o melhor caminho. Quem acabou sofrendo foi a população de Santo André", comentou.

Os motoristas disseram que acontecerá uma reunião com o Sindicato dos Rodoviários do ABC na segunda-feira, às 16h. "Caso haja alguma represália, ou não cumpram com as nossas exigências, iremos parar novamente", declarou um motorista, ontem.

Tripicchio garantiu que não haverá novos problemas. "Tenho certeza que não acontecerão novas paralisações, pois estamos cumprindo com o que prometemos", finalizou o diretor da Expresso Guarará.