O governo russo informou que o enterro do ex-presidente Boris Yeltsin, morto nesta manhã aos 76 anos, será na próxima quarta-feira.  Yeltsin será sepultado no cemitério Novodevichy, onde estão enterrados outros líderes da União Soviética, como Khrushchev e Anton Chekhov. O Kremlin decretou o dia como luto nacional.

O ex-presidente russo, que tinha uma saúde frágil, morreu às 15h45 locais (08h45 de Brasília) no Hospital Central de Moscou, vítima de insuficiência cardíaca.

Yeltsin tornou-se em 1991 o primeiro presidente da Rússia após a era soviética. Em 1996, ele se reelegeu por meio do voto direto, pela primeira vez no país. O ex-chefe de Estado tentou introduzir na Rússia o capitalismo, após décadas do comunismo da ex-URSS (União Soviética).

Com promessas de combater a corrupção, Yeltsin ganhou popularidade, mas enfrentou várias crises durante os nove anos no governo. Privatizações, desemprego e inflação foram alguns dos vários problemas enfrentados pelo ex-presidente, além do conflito contra rebeldes separatistas na Tchetchênia. Os russos acabaram expulsos

Yeltsin deixou o governo em 1999 por problemas cardíacos. Vladimir Putin, primeiro-ministro na época, assumiu a presidência.

Álcool – O próprio Yeltsin reconheceu em sua biografia, lançada em 2000, que durante seu mandato (1991-1999) apareceu bêbado em público algumas vezes. A cena mais constrangedora foi em 1994 com o então chanceler alemão Helmut Kohl, em Berlim, quando o ex-chefe de Estado russo bebeu além do permitido e as imagens foram transmitidas para todo o mundo.

A irreverência continuou após deixar o governo. Yeltsin afirmou que preferia assistir a shows em DVD que continuar trabalhando como político.