O São Caetano retoma, hoje, pelo quinto ano seguido, a peregrinação na Série B do Brasileiro e de cara terá de decifrar o incógnito time do Salgueiro na estreia das duas equipes, às 21h, no Estádio Ademir Cunha, em Paulista (PE), cidade do meia são-paulino Rivaldo.

Por saber bem pouco ou quase nada do adversário, que conseguiu o acesso no ano passado e pela primeira vez disputa a Segundona, o Azulão admite a dificuldade extra de ter pela frente um inimigo obscuro. O Salgueiro deve ter seis estreias.

No entanto, os jogadores garantem já ter a estratégia pronta para não serem surpreendidos no primeiro compromisso fora de casa.

"Não temos muitas informações sobre eles, apenas que boa parte do time que disputou o Campeonato Pernambucano foi dispensada e trouxeram outros atletas. No entanto, não podemos nos preocupar com eles e sim com o futebol que vamos apresentar", disse o goleiro Luiz, jogador com mais tempo de clube, nove anos.

O recém-contratado Márcio Goiano, sem constrangimento, revelou ter partido para a espionagem para conseguir informações do Salgueiro. "Conversei com o técnico do Santa Cruz (Zé Teodoro) e ele me disse que o time joga no 3-5-2 e às vezes no 4-5-1. É uma equipe estreante na competição, joga com a torcida a favor e isso torna as coisas mais difíceis, mas quem quer voltar à Série A precisa se impor", definiu.

Embora não tenha feito treino coletivo na véspera do jogo, tática usada por alguns treinadores para esconder a escalação das equipes, Goiano não fez segredo. Só não deu a escalação, mas afirmou que o recém-contratado atacante Nunes inicia a partida no lugar de Eduardo, que foi artilheiro do time no Paulista com oito gols.

Mesmo sem saber da decisão do treinador, Eduardo já parecia prever a escolha. "Claro que fico chateado se começar no banco. Em 64 jogos aqui, já marquei 33 gols e fui artilheiro do Estadual no ano passado também (dez gols). É uma boa marca, mas respeito a decisão do treinador. Sigo meu trabalho naturalmente", afirmou o atacante do Azulão.

Em casa, Ailton traça raio X do campo inimigo

Mais do que ajudar o São Caetano a conquistar os primeiros três pontos na Série B do Campeonato Brasileiro, o meia Ailton apresenta aos companheiros uma radiografia do terreno que terão pela frente hoje à noite.

"Conheço algumas pessoas lá porque meus pais moram em Paulista (cidade da região metropolitana distante 17 quilômetros de Recife). O campo é ruim, duro. Joguei lá uma vez, em 2005, pelo Náutico, contra o América, no Campeonato Pernambucano", disse.

O Estádio Ademir Cunha, local da partida, recorda-se Ailton, é o mesmo em que num passado recente o Íbis mandava seus jogos.

O Íbis é da cidade de Paulista e ganhou o apelido de pior time do mundo porque nos anos 1970 ficou 23 jogos seguidos sem vencer. Na década seguinte, foram 55 partidas sem ganhar, sendo sete empates e 48 derrotas. O time marcou 25 gols e sofreu 231. Foram três anos e 11 meses sem conquistar uma vitória. O apelido foi dado por torcedores adversários.

Ao saber que o Íbis mandava seus jogos no estádio em que o Azulão visitará pela primeira vez hoje, o goleiro Luiz brincou.

"Tomara que essa fama do Íbis passe para eles e que a gente consiga jogar bem e conquistar a primeira vitória. É muito importante para quem pretende brigar pelo acesso somar pontos fora de casa", analisou.

O goleiro espera que desta vez o Azulão tenha aprendido a lição de anos anteriores. "Em 2009 não começamos bem, mas depois o time embalou, só que não tinha peças de reposição quando vieram as contusões. Perdemos o ritmo e, no ano passado, começamos mal e mais uma vez não deu. Por isso, é importante iniciar bem e, se possível, virar o primeiro turno entre os primeiros", receitou.

O Salgueiro vai mandar jogos em Paulista porque seu estádio, o Cornélio de Barros, em Salgueiro, está em reforma.