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Alckmin dará posse a Dib cercado por mais aliados
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
12/01/2005 | 12:01
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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) visitará o Consórcio Intermunicipal na sexta-feira pela manhã. Como presidente do Conselho Deliberativo da Câmara Regional (Estado mais municípios), cabe ao governador dar posse ao novo presidente do Consórcio, o prefeito de São Bernardo, William Dib (PSB). Esta é a primeira vez desde 1997 que Alckmin encontra mais aliados do que adversários políticos entre os sete prefeitos do Grande ABC. O PT, que antes tinha cinco prefeituras, reduziu sua presença para duas. A expectativa agora é que a mudança da composição política do Consórcio modifique o tratamento dispensado pelo governador à região.

Desde 1997, quando a Câmara Regional foi fundada, os municípios do Grande ABC fecharam mais de 50 acordos com o governo estadual, mas a maioria ainda não saiu do papel. Mesmo sob pressão dos nove parlamentares da chamada Bancada do ABC – dos quais cinco são governistas –, o governo estadual resiste a atender às demandas que ele próprio assumiu junto aos prefeitos.

Ocupado na terça-feira com as enchentes que atingiram sua cidade e que colocam à prova a eficiência dos piscinões – vitrine do governo estadual na região –, Dib reafirmou por meio da assessoria de imprensa a convicção de que Alckmin é um grande aliado e que os dois, juntos, poderão promover um salto de qualidade nas relações entre o Grande ABC e o governo estadual.

O prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), alimenta a mesma expectativa. “Durante o período do governo Mário Covas tivemos muito mais avanços do que na gestão do Alckmin. Espero que nos dois anos que faltam para terminar o governo dele a gente avance. Tivemos algumas coisas, mas muito pouco diante de nossas necessidades.”

Avamileno não quis atrelar a qualidade do diálogo entre Estado e municípios à questão partidária. “Acho que independente da questão partidária, qualquer homem público tem de ter interesse em fazer o bem sem olhar a quem. Esperamos que não tenha sido esse o motivo de Alckmin não ter nos atendido.”

Pólo – Alckmin também vai participar da cerimônia em que o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, assinará o documento que sela a parceria com a Petroquímica União para ampliar o Pólo Petroquímico de Capuava. Alckmin teve participação no esforço para convencer o governo federal da necessidade do projeto. Esteve em Brasília para pressionar e oferecer ajuda na negociação. Com maioria na Assembléia Legislativa, apoiou o projeto do deputado de oposição Donisete Braga (PT) que abriu espaço na legislação ambiental para que a ampliação ocorresse. Mas os prefeitos do Grande ABC brigavam desde o governo Fernando Henrique para obter a ampliação, que só foi conquistada agora por causa do envolvimento pessoal do presidente Lula na questão. Foram os prefeitos petistas que argumentaram pela negociação e chegaram a promover uma visita à ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, ao Pólo.

Logo depois que foi escolhido pelos prefeitos para comandar o consórcio, Dib deixou claro que vai lutar para que a mudança na configuração política do Consórcio Intermunicipal signifique aproximação com o governo estadual, mas não resulte em afastamento de outro sócio importante – o governo federal. Além da ampliação do Pólo Petroquímico, a entidade deve ao Palácio do Planalto, que passou a ter representante na Câmara Regional após o início do governo Lula, a promessa de criação de uma universidade pública na região, outra reivindicação histórica protelada por anos pelo governo Fernando Henrique e pelo governo Mário Covas-Geraldo Alckmin.




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