O documento, feito na década de 90, é assinado pelos inspetores Célio Sena e Gustavo Garcez, do Rio de Janeiro, que concluem a investigação de Abrahão Patruni Júnior. Foram investigadas operações com títulos de renda fixa ao portador que lesionaram os cofres do Banpará e lucros para pessoas físicas e jurídicas ligadas a Jader Barbalho. Os desvios seriam feitos com o uso indevido de recursos e manipulação de procedimentos operacionais.

Segundo o documento, divulgado pela revista Veja, o valor total do desvio é de R4 2,5 milhões. O dinheiro teria sido depositado em uma conta de Jader Barbalho, que também recebeu R$ 8,4 milhões, resultado da venda ilegal de Títulos da Dívida Agrária (TDAs).

O relatório aponta que Jader foi o que mais recebeu no desvio: R$ 10,3 milhões em 51 depósitos ocorridos entre 1984 e setembro de 1988. Em junho de 1987, ele efetuou saque de R$ 9,9 milhões.

Outra beneficiada foi sua ex-mulher, Elcione Barbalho, atualmente deputada pelo PMDB. Ela teria recebido R$ 105 mil. Laércio Barbalho, pai de Jader, teria recebido R$ 86,5 mil. Além deles, Luiz Guilherme, Joércio e Laércio Barbalho, todos irmãos de Jader, também receberam partes do desvio.

O caso havia passado pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que arquivou o caso por falta de provas. Ele alega que tomou a decisão com base de pareceres do próprio Banco Central.