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Renata Ricci está na trama de Maneco
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
16/09/2006 | 18:36
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Ela é atriz sem ser modelo e não entrou na TV pelos fundos, mas virou uma página importante em sua vida. Renata Ricci não quer ser mais um rosto bonito de cabelos negros e olhos verdes na telinha e trabalha muito para encontrar um lugar sob os holofotes. Atriz profissional, cantora e dançarina, 25 anos, formada em 2001 pela Fundação das Artes de São Caetano, é a mais nova promessa da Rede Globo e estará na novela das nove Páginas da Vida.


A Meca das produções televisivas é o novo destino desta sancaetanense de nascimento, registrada em São Paulo e moradora de São Bernardo há 20 anos, onde vive com sua família e suas cachorras de estimação, às quais tem visto muito pouco em função da dedicação integral ao musical Sweet Charity, em São Paulo, que estreou semana passada, na quarta-feira, com Cláudia Raia no papel principal. Curiosamente, Renata estará na novela ao lado do marido de Claudia, Edson Celulari, que cumprimentou a nova colega das nove na estréia do musical e deixou escapar que seu papel em Páginas da Vida “não é para agora”.


Renata foi a primeira colocada no concurso A Nova das Oito, quadro que se encerraria sábado no programa Caldeirão do Huck e que prometia à vencedora um papel na novela de Manoel Carlos. A decisão entre ela e a carioca Vanessa Monteiro coube ao diretor Jayme Monjardim, que gostou de seu perfil, cujos traços lembram os de Ana Paula Arósio. A estréia na Globo depende só de um telefonema da produção da novela.


A ligação é aguardada com ansiedade, uma certa euforia, mas nada de histrionismo. Serena, Renata diz que ainda não “caiu a ficha”. “Os amigos acham que eu vou sumir. Mas não vou mudar nem deixá-los. Adoro minha casa. No dia da estréia (quarta-feira passada), muitos fotógrafos me procuraram, o porteiro do prédio de um amigo meu me reconheceu da TV. Tem sido tudo muito estranho”, disse.

Tombo – Renata poderia ter sido arquiteta, não fosse um tombo. Fazia duas semanas que ela havia iniciado o curso na Faap, quando caiu de um ônibus, derrubou a pasta e espalhando seu material. “Tinha idéia fixa de que meus pais não queriam que eu fosse artista. Chorei muito, mas eles me apoiaram, e eu deveria seguir minha vontade”, afirma.

Os amigos não entenderam, mas ela os convenceu. “Diziam que eu não deveria largar arquitetura, que não ganharia dinheiro como artista. Poderia não ganhar muito mesmo, mas se eu fosse arquiteta, seria frustrada”.

Branca de Neve – Renata fez trabalhos até sem ganhar nada no início, antes da profissionalização. O temor de seu pai, Gilberto Ricci Jr., de que a dureza da carreira artística era pior do que a de jogador de futebol, já mudou. Renata dançava desde os 4 anos e a vocação musical também começou cedo – integrou o quarteto vocal Cantrix, formado por Renata e outras três atrizes, entre 2002 e 2004, que está retomando atividades este ano. Foi escolhida a Branca de Neve brasileira e estrelou ano passado musicais sob a chancela da Disney no Brasil. Com o volume de trabalho aumentando, passou a maçã da Branca de Neve para outra colega. Estrelou Kiss me, Kate, West Side Story e Rent, entre outros, até chegar ao Sweet Charity.


Entre seus planos, ela pretende ficar no musical, mas só se as gravações não lhe tomarem toda a semana. Continuar estudando também está entre suas pretensões. “Atuar não é só decoreba de texto. É uma pessoa que fala em cena, e toda a carga emocional e pessoal desta pessoa vem junto com a fala. É preciso ler muito, conhecer métodos de interpretação, estudar a personagem. Há uma noção geral no país de que artista é quem sai nas revistas e não quem faz arte, quem se dedica a aprender arte. Eu trabalhei muito para encontrar minha expressão. Canto, danço e represento. Essa formação não é comum no Brasil”.


Fofocas – Renata nem saiu em revistas de celebridades e as fofocas já começaram. “As meninas que ficaram pelo caminho diziam que eu havia entrado na terceira fase, que tinha dado em cima de um diretor. Mal sabem elas as noites que eu fiquei sem dormir, a madrugada que meu pai e meu tio passaram para me levar ao Rio para participar da primeira eliminatória entre mais de mil candidatas selecionadas entre 5 mil inscritas.”


Foi Anna Apparecida Lemos Soares Ricci, mãe de Renata, que viu o concurso A Nova das Oito e insistiu que a filha se inscrevesse, o que ela fez no último dia, sem grandes esperanças. A decisão marcou a virada em sua carreira artística. Renata havia perdido seu irmão mais velho há dois anos, num acidente. O golpe que abalou a família foi mais uma luta a vencer, coroada com sua chegada ao horário nobre da televisão. “Queria fazer cinema também, e estudar espanhol. Quem sabe faço um filme na América Latina? Ainda pretendo estudar em Nova York e talvez, estrelar na Broadway. Quem sabe? Gosto de sonhar grande”.



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