Artista de São Caetano divulga primeiro disco solo cheio de reflexões
Talita Cabral está batendo asas. Livre e cheia de coisas a dizer. Conhecida por seu trabalho junto ao grupo de reggae Mato Seco – onde continua–, a cantora de São Caetano dá um grande passo na carreira e apresenta agora seu primeiro álbum solo, InterPretaDiva – Reggae’N’Blues, que chega às plataformas digitais a partir de amanhã, data em que mostra o resultado da obra ao vivo, em show a partir das 19h, no CEU Heliópolis (Estrada das Lágrimas, 2.385), em São Paulo. A entrada é gratuita.
O álbum é resultado de experiência que começou quando Talita tinha 15 anos, quando já fazia apresentações. “Pouco depois comecei a dar aulas de preparação vocal e me formei em licenciatura em música”, diz. Segundo ela, a coroação de sua trajetória é agora, aos 30, com esse trabalho.
Em InterPretaDiva – Reggae’N’Blues Talita diz tudo o que precisa dizer. Canta sobre sua ancestralidade e dá voz às pessoas que não são ouvidas, por exemplo. “No dia a dia perdemos a noção ou referência de valores, de origens e do quanto não olhamos para o lado em meio aos dogmas impostos”, opina. Ela acrescenta que o alerta é sobre coisas que a sociedade faz, enquanto coletivo. “Mas se observadas e alteradas individualmente, podemos multiplicar as justiças ao invés das injustiças. Somos todos responsáveis e o disco quer dizer isso”, diz.
Talita segue tecendo suas críticas. Em Diva, por exemplo, ela empodera a mulher, a do cotidiano. A tia, a vizinha, a amiga de trabalho. Aquelas tantas pessoas que, por várias vezes, são esquecidas, principalmente as negras. “Mulher está na base da pirâmide social e nós, negras, somos o subsolo”, afirma. Ela diz que não há forma de alterar a realidade sem encarar as mazelas “e nossa real cultura, que é machista e racista”, explica.
Na nova empreitada, a artista explora diversas sonoridades. Vai do reggae, que lhe é tão habitual, passa pela soul e world music, além do R&B. Ela revela que foi um grande desafio trabalhar solo, principalmente quanto à produção do disco e à construção musical.
Ela explica que de orgânico há, apenas, sua voz, o trombone de Fernando Mumu, que participa com vozes de apoio. “O resto é a mágica do Fernando Policeno, produtor musical do disco, que fez as bases eletrônicas às quais eu mesma fico de boca aberta por pensar em como é realista e soam bem nos ouvidos acostumados com banda”, encerra.
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