As movimentações da deputada estadual Regina Gonçalves (PV), que articula encabeçar a chapa verde que concorrerá à Prefeitura de Diadema, causaram turbulência no partido. Ontem, a parlamentar teria reunião emergencial com o vereador Lauro Michels, até então pré-candidato único da sigla ao Parque do Paço, mas cancelou o encontro. O diálogo está marcado inicialmente para amanhã.

Durante o dia, Regina conversou com Michels sobre as especulações que correm na Assembleia Legislativa e reveladas pelo Diário no sábado. Ela tentou colocar panos quentes em possível racha partidário, desmentindo os boatos no parlamento estadual.

No sábado, por meio de sua assessoria, Regina negou a negociação para protagonizar o projeto verde. Ontem, novamente contatada pela equipe do Diário, a deputada não retornou às ligações. A presidente do PV municipal, Denise Ventrici, e Michels não atenderam os telefonemas.

A avaliação feita por Regina aos interlocutores é que o provável enquadramento do ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) na Lei da Ficha Limpa beneficiaria candidatura do PV. Os verdes poderiam canalizar votos oposicionistas em Diadema, saturados de administrações consecutivas do PT.

Para isso, a verde apressaria a parceria com os tucanos, negociando diretamente com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Sem José Augusto, o PSDB diademense dificilmente encontraria nome forte para liderar voo solo no município, sendo forçado a aceitar o acordo com Regina já no primeiro turno.

Como se tornou líder do PV na Assembleia e tem papel de destaque no partido em âmbitos estadual e nacional, a parlamentar se credenciaria a encabeçar a candidatura verde à Prefeitura de Diadema. Em 2010, na eleição para deputada, Regina recebeu 37.618 votos, se tornando primeira suplente do PV no Legislativo paulista. Ela assumiu mandato após nomeação de Edson Giriboni (PV) ao primeiro escalão do Palácio dos Bandeirantes.