Política Titulo Em discussão
Vereadores de Mauá projetam audiência pública própria sobre Sama

Após reunião no Semasa, parlamentares dizem que há pontos para esclarecer antes do acordo

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
31/10/2019 | 07:08
Compartilhar notícia


Vereadores de Mauá se organizam para realizar audiência pública própria para discutir uma possível negociação da Prefeitura e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), com objetivo de colocar fim ao passivo da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) com a estatal.

Ontem, os vereadores Adelto Cachorrão (Avante), Pastor José (PSDB), Sinvaldo Carteiro (DC), Bodinho (PRP), Irmão Ozelito (SD) e Marcelo Oliveira (PT) se reuniram com o superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Almir Cicote (Avante). A ideia era colher informações a respeito da recente parceria firmada entre a autarquia andreense com a Sabesp, para colocar fim a um passivo de R$ 3,4 bilhões, além de R$ 587 milhões em precatórios, mais a garantia de investimento na ordem de R$ 960 milhões em 40 anos.

Os parlamentares relataram ao Diário que saíram do encontro com mais dúvidas do que esclarecimentos. Por isso, houve sugestão de realizar audiência pública própria – uma vez que, se existir acordo entre a Prefeitura e a Sabesp, ambos têm de organizar evento explicativo aberto ao público.

Segundo os políticos mauaenses, a principal dúvida foi como Mauá pode tratar a parceria sem ter o controle da gestão de esgoto – nas mãos da BRK Ambiental, antiga Odebrecht Ambiental. Em Santo André, distribuição de água e coleta e tratamento de dejetos estavam sob responsabilidade do Semasa.

“Agora sabemos como funciona a parceria na cidade de Santo André, mas percebemos que é diferente do que poderá ocorrer em Mauá. Saímos de lá (da reunião) com mais questionamentos”, alegou Cachorrão.“Essa diferença nos coloca em uma situação única, já que a BRK já cuida da parte de esgoto. A Sabesp então cuidaria só da gestão da água? O que aconteceria com os trabalhadores da Sama? A Sabesp investiria na rede de distribuição da cidade? Nenhum destes questionamentos foi respondido até agora”, emendou.

Para Marcelo Oliveira, a audiência pública tem que ser realizada antes de que o Executivo bata o martelo sobre a concessão da autarquia. “As conversas estão avançadas, não podemos perder tempo. Temos que garantir acesso às informações antes de que a administração encerre as negociações”, considerou. “Acredito que podemos encontrar saídas que sejam as menos piores para o destino da Sama.”

Em nota ao Diário, a Prefeitura de Mauá declarou que “ainda não foi formalizado (um acordo), mas as tratativas estão avançadas”. A Sabesp não se posicionou.

A estatal paulista cobra R$ 2,8 bilhões de dívida de Mauá pelo rompimento do contrato de fornecimento de água unilateralmente no início dos anos 1990 e diferença no pagamento do metro cúbico de água no atacado. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;