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Dieese apura segunda maior taxa de inflaçao do ano
Do Diário do Grande ABC
03/12/1999 | 16:46
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A inflaçao medida pelo Dieese em novembro, na cidade de Sao Paulo, foi de 1,34%, a segunda maior do ano - a mais alta foi a de janeiro, que chegou a 1,38%. Pela primeira vez em 1999, nenhum dos dez grupos de produtos e serviços pesquisados apresentou baixa de preços. A previsao da coordenadora do Indice de Custo de Vida (ICV), Cornélia Nogueira Porto, é de que esse comportamento de reajustes generalizados prossiga este mês e também em janeiro. A inflaçao este ano já é de 8,7% e a previsao do Dieese é de encerramento do ano com índice acumulado em 9,5%.

Os preços direta ou indiretamente administrados pelo governo (como os de combustíveis e tarifas) e os de alimentos foram os que mais contribuíram para a inflaçao de novembro. O grupo de transportes teve alta de 4,7% por conta do reajuste de 35,21% no preço do álcool no mês passado e de 4,77% no preço da gasolina. No ano, a gasolina já subiu 50,40%, o álcool 42,25% e o diesel 46,57%. Esses aumentos de combustíveis, que nao param de ocorrer há meses, deverao influenciar muito o custo de vida de janeiro, quando se discutem aumentos de passagens em transportes públicos.

No caso dos alimentos, a alta foi de 1,81%, puxada principalmente pela carne de frango (10,64% só em novembro), carne bovina (5,97%) e suína (5,94%). No ano a carne bovina, que mais peso tem no consumo do paulistano, ficou 29,76% mais cara. Os preços dos paes industrializados também contribuíram bastante já que tiveram reajuste de 6,12%.

O menor aumento do mês foi no grupo de educaçao e leitura (0,07%), mas a economista está bastante pessimista em relaçao desempenho em janeiro, por conta dos reajustes nas mensalidades escolares.

Oligopólios - Nao fossem os preços públicos e os olipolizados (como medicamentos e planos de saúde, nos quais a concorrência é incipiente), a inflaçao deste ano teria ficado em apenas 3,65%. Isso porque os chamados preços concorrenciais (alimentos, roupas, etc) cresceram este ano apenas 4,9% (contribuiçao de 3,65 ponto percentual no índice total), enquanto aos preços públicos aumentaram 20,72% (contribuiçao de 3,69 pontos percentuais) e os aligopolizados 17,21% (contribuiçao de 1,37 ponto na taxa total).




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