Desde o dia 13 de agosto, a Câmara de São Caetano se organiza para investigar os diversos indícios de fraudes no convênio entre a Prefeitura e a Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano) para realização do Natal Iluminado de 2016. À época, o prefeito era Paulo Pinheiro (DEM) e o presidente da entidade, o advogado Walter Estevam Junior (Republicanos). A expectativa do morador da cidade que zela pelo bom uso do dinheiro público era que os vereadores, eleitos com objetivo de fiscalizar a utilização dos impostos pagos pelo cidadão, pudessem exercer o papel que a Constituição Federal lhes confere.
Hoje completam-se 75 dias da apresentação formal do requerimento para instalação da CPI do Natal Iluminado, com número mínimo de assinaturas para que os trabalhos pudessem começar. A primeira reunião foi feita duas semanas depois. Ou seja, há dois meses os vereadores Tite Campanella (Cidadania), Jander Lira (PP) e Olyntho Voltarelli (PSDB) se encontram semanalmente para tratar do assunto.
A apuração, por ora, está restrita a pedidos de informação, de documentos e de contatos de empresas que atuaram, direta ou indiretamente, no caso do Natal Iluminado de três anos atrás. Ninguém foi chamado a esclarecer pontos que este Diário já mostrou que estão, no mínimo, nebulosos.
Nesta semana encerra-se outubro, começa novembro, último mês de atividades legislativas em São Caetano antes das férias parlamentares. A tendência é a de que, com o recesso de fim de ano, os trabalhos investigativos sejam retomados somente em 2020, um ano de eleição municipal, fato que, naturalmente, mexe com a agenda do parlamento.
Este jornal é defensor de apuração rigorosa e benfeita de toda e qualquer denúncia de mau uso do dinheiro público. Evidentemente, com amplo espaço à defesa. Mas não pode se furtar também de cobrar celeridade nos trabalhos. Afinal, todos os episódios sobre o Natal Iluminado de 2016 trazidos até aqui não podem ficar sobrepostos ao calendário eleitoral ou ao período de descanso dos vereadores.
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