O banco holandês ABN Amro Holding NV, que no Brasil adquiriu o Banco Real, anunciou nesta terça-feira, em Amsterda, uma profunda reorganizaçao em sua estrutura que deu origem a três unidades estratégicas de negócios praticamente autônomas. Como parte da reestruturaçao, o brasileiro Sérgio Lires Rial foi promovido e passa a integrar a comissao administrativa do ABN Amro. A comissao, que foi ampliada de sete para dez membros, terá entre suas responsabilidades decidir sobre a alocaçao de recursos entre as unidades de negócios e os grandes investimentos e aquisiçoes do banco.

Rial, 39 anos, executivo sênior da área de vendas da divisao européia, e o britânico Hugh Scott-Barrett, 41, serao os primeiros estrangeiros a integrar a comissao do grupo holandês. Comunicado do ABN Amro divulgado na Internet informa que a reorganizaçao estratégica têm o objetivo de maximizar o valor econômico para seus acionistas e servir melhor ao cliente. As unidades de negócios criadas sao: 1) clientes de atacado (que integrará as operaçoes de banco de investimento e clientes corporativos), 2) clientes de varejo e 3) clientes "private" (alta renda) e administraçao de ativos.

O novo chairman Rijkman Groenink, que assumiu o cargo no início deste mês, disse que a comissao administrativa, na qual se inclui, vai assumir total responsabilidade pelo cumprimento das "ambiciosas" metas financeiras que o banco holandês vai detalhar no dia 17 de agosto, quando divulgar seus resultados semestrais preliminares. As metas atuais, fixadas em 1998, prevêem aumento médio de pelo menos 12,5% no lucro líquido ao ano. Groenink indicou, segundo a agência Dow Jones, que a nova organizaçao significa que o ABN Amro está abandonando a visao de banco global. "A estratégia de banco global está morta. Nao vamos fazer tudo para todos em todos os lugares", afirmou.

Além do brasileiro Rial, que será um dos responsáveis pela estratégia da unidade de clientes de atacado, e do britânico Scott-Barrett, também entrou para a comissao Dolf Collee, 47 anos. A ampliaçao que vigora a partir de junho, segundo o ABN Amro, deverá dar "uma estrutura de idade mais ampla e a experiência e o know how nao-holandês necessários para garantir a continuidade e a qualidade administrativa" da comissao.