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Contratos de publicidade da ECT eram coordenados pela Secom
Do Diário OnLine
Com Agência Senado
13/07/2005 | 18:51
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O ex-presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) Airton Lângardo Dipp confirmou nesta quarta-feira, em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, que todos os patrocínios acima de R$ 50 mil feitos pela estatal eram examinados por uma comissão interministerial coordenada pela Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), comandada por Luiz Gushiken. A Secom, ainda segundo Dipp, indicou três dos seis integrantes da comissão de licitação dos Correios.

Com relação aos contratos de publicidade dos Correios, as negociações também eram coordenadas pela Secom. Um desses contratos é com a agência SMP&B, do publicitário Marcos Valério de Souza, acusado de ser um dos 'operadores financeiro' do 'mensalão' – suposto esquema em que o PT pagava mesada de até R$ 30 mil a deputados do PL e do PP em troca de 'favores' políticos (votos) na Câmara.

O ex-presidente da ECT informou aos parlamentares que conseguiu diminuir os custos dos contratos para o transporte aéreo de carga, conhecido como Rede Postal Noturna. Airton Dipp afirmou que fez uma renegociação do contrato para a prestação do serviço, que custava R$ 400 milhões ao ano para a empresa, e conseguiu reduzir em R$ 100 milhões o custo. O deputado Osmar Serraglio, relator da CPMI dos Correios, questionou o depoente sobre se os preços oferecidos pela empresa Skymaster Airlines - que venceu a licitação - não seriam "inexeqüíveis". Airton Dipp defendeu o resultado da licitação

A senadora Heloisa Helena (PSOL-AL) destacou que as denúncias em relação à licitação da Rede Postal Noturna publicadas pela revista Época em junho último (veja matéria abaixo) dizem respeito a "suborno, espionagem e tráfico de influências". A senadora questionou Airton Dipp sobre a concessão de franquias dos Correios - feita sem licitação - e lamentou que o depoente não tivesse respondido satisfatoriamente aos questionamentos apresentados por ela. Por isso, inscreveu-se para inquirir novamente Airton Dipp.

O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) questionou o depoente sobre a contratação do brigadeiro Venâncio Grossi (veja matéria abaixo) para prestar consultoria para a licitação envolvendo as empresas Skymaster e a Promodal. Airton Dipp afirmou ser comum chamar prestadores de serviço externos, mas garantiu não ter conhecimento das ligações do brigadeiro com a Promodal.

O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) destacou que a CPMI não tem acusações contra Airton Dipp e perguntou se houve influência da Casa Civil na indicação do depoente para a presidência da ECT. Airton Dipp reafirmou ter aceitado convite do então ministro Miro Teixeira e disse não saber se houve participação da Casa Civil nessa indicação.




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