Política Titulo Futuro
Parlamento jovem faz oposição a Reali

Prefeito e vice mirins criticam Educação em Diadema e reclamam de merenda nas escolas

Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
23/04/2012 | 07:03
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Se desde o início do mandato, em 2009, o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), não enfrenta oposição muito ferrenha na Câmara, o petista não vai contar com a mesma conivência dos integrantes do Parlamento Jovem. Prefeito e vice do projeto, Douglas Ferreira de Lima, 17 anos, e Max Herbert da Silva Santos, 16, teceram duras críticas à atual administração, principalmente à Educação.

As reclamações mais ácidas são de Max Herbert, o vice-prefeito mirim e que estuda na Escola Estadual Professor Pedro Madoglio, no Jardim Inamar, periferia de Diadema. O aspirante a político classificou a gestão de Reali como "mais ou menos". "Precisa melhorar, principalmente na Educação, que está bem fraca", avaliou o vice, sem receio de retaliação que assombra a classe política.

Max Herbert, como todo político que se preze, já assumiu o primeiro compromisso de mandato: melhorar a merenda das escolas. "Tem gente que pediu para mudar a merenda. O prefeito (Douglas) é um dos que não gostam da merenda. Eu até gosto, mas ele não. Então, vamos mudar a merenda. Vamos conversar isso com os vereadores mirins, principalmente os da Saúde", prometeu.

Prefeito mirim, Douglas evitou criticar muito o governo petista. "Administração está boa, melhorando a cidade", argumentou. Porém, assim como seu vice, fez questão de apresentar propostas para melhoria na Educação. "Meu projeto, que me colocou como prefeito, foca na Educação. Quero melhorar isso na cidade."

Douglas e Max Herbert são os protagonistas do Parlamento Jovem de Diadema, retomado após 13 anos. O projeto prevê a escolha de estudantes da rede pública para viverem como vereadores mirins, com missão de apresentar projetos e discutir formulação de leis. Além dos dois jovens, outros 17 estudantes foram eleitos para ocupar os postos na Câmara. A cerimônia de posse ocorreu no mês passado, com presença maciça dos vereadores, de Reali e também do vice-prefeito, Gilson Menezes (PSB).

Ambos afirmaram que têm interesse em ingressar na política. "Os jovens estão distantes. Resolvi me candidatar para trazer a política para o jovem. Temos de vivenciar e aprender. Política não é só votar", analisou Douglas, que elegeu seu posto desejado. "Quero ser vereador". O prefeito mirim escolheu o curso que pretende fazer na faculdade: Direito. "Preciso aprimorar meus conhecimentos para fazer mais leis de qualidade. Não quero entrar sem saber de nada. Preciso me aprimorar para fazer um bom mandato."

Também com desejo de se tornar "advogado ou juiz", Max Herbert disse estar tomando gosto pelo mundo da política. E garantiu que levará o aprendizado para o futuro. "Para onde o vento soprar estou indo. Quero ter inteligência para fazer os projetos para o bem da cidade. Quero ajudar a população, a Saúde e os jovens."

Prefeito e vice do Parlamento Jovem iniciaram as discussões para aprovação de novas leis, todas propostas por vereadores mirins. Na semana passada, tiveram a primeira discussão para a constituição da mesa diretora da Câmara e criação do regimento interno. "Temos muitos compromissos agora e vemos que os políticos trabalham bastante. O Mário Reali tem muita reunião em cima da hora. Quando fomos nos reunir com ele, não ficamos nem 15 minutos, porque ele já tinha outra reunião", comentou Max Herbert.

 

Fechamento de bares às 23h foi proposto durante projeto

Instituído em 1999, o Parlamento Jovem de Diadema proporcionou dois projetos de lei que viraram marco na história do município. Então vereador mirim, Rudnei de Castro Matos sugeriu o fechamento de bares às 23h e a concessão de benefícios para cidadãos que entregassem armas de fogo às autoridades.

A primeira proposta norteou o plano feito pela ex-secretária de Segurança Regina Miki, que reduziu drasticamente os índices de violência. Hoje, Regina Miki é secretária nacional de Segurança Pública e os projetos desenvolvidos nas gestões do petista José de Filippi Júnior (1993 a 1996 e 2001 a 2008) são temas recorrentes de congressos mundiais no combate à violência urbana.

O segundo texto deu corpo à campanha do desarmamento, colocada em prática em 2003 pelo Ministério da Justiça. O governo federal conseguiu tirar das ruas mais de 30 mil armas de fogo.

Douglas Ferreira e Max Herbert, prefeito e vice mirins, respectivamente, querem que o projeto diademense seja expandido para as outras cidades do Grande ABC.




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