Os cientistas acreditam que o conhecimento do labirinto de ruas londrino, obrigatório para que os taxistas consigam a licença para exercer a profissao, estimula o sentido de navegaçao.
O estudo foi publicado no respeitado jornal científico americano ``Proceedings of the National Academy of Sciences' e usou imagens de ressonância magnética para pesquisar os cérebros de 16 taxistas e 50 outras pessoas, que formavam o grupo de controle.
A pesquisadora Eleanor Maguire, do departamento de neurologia cognitiva da Universidade, disse que ``o hipocampo dos taxistas mudou a estrutura para acomodar o imenso volume de experiência de navegaçao. Parece haver uma definitiva relaçao entre a habilidade de navegaçao dos taxistas e mudanças no cérebro'.
No grupo de taxistas pesquisado a parte traseira do hipocampo era maior do que o normal, enquanto a frente tinha diminuído de tamanho. A desproporçao parece aumentar com o tempo de profissao do motorista. Maguire diz que ``há o mesmo volume de massa cinzenta no hipocampo dos dois grupos, mas parece ter havido uma redistribuiçao no cérebro dos taxistas. Isso é muito interessante porque mostra modificaçoes estruturais em cérebros saudáveis'.
A descoberta de que o cérebro pode se adaptar fisicamente de acordo com o uso pode ter implicaçoes importantes no tratamento de pessoas com danos cerebrais ou doenças degenerativas como o Mal de Parkinson.
Os 23 mil motoristas de táxi londrinos levam cerca de dois anos para dominar o labirinto de centenárias ruas da cidade, que cobrem uma área de 1.500 km2. Somente um em cada cinco dos 3.500 candidatos anuais consegue a licença para dirigir um táxi na cidade.
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