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Países ricos resistem à abertura de mercado em Unctad
Do Diário do Grande ABC
17/02/2000 | 15:20
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As naçoes industrializadas que participam da X Conferência da Unctad resistem firmemente a fazer concessoes sobre a abertura total de seus mercados aos países em vias de desenvolvimento, em particular para os produtores agrícolas, informou esta quinta-feira o porta-voz da conferência em Bangcoc.

A preparaçao do plano de açao quadrienal, que deve ser adotado este sábado no encerramento da X Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), choca com a ``idéia de um compromisso' específico dos países industrializados, explicou o porta-voz.

No sexto dia da conferência, as negociaçoes pareciam bloqueadas em cinco pontos do projeto do plano de açao, entre eles o acesso aos mercados desenvolvidos e, em particular, ao tema agrícola.

As decisoes e declaraçoes da Unctad nao tem valor jurídico nem trazem obrigaçoes para os países membros.

Os organizadores da Unctad apresentaram uma proposta, apoiada pelos países subdesenvolvidos, que daria aos 48 países menos avançados pleno acesso aos mercados desenvolvidos, mediante a supressao de tarifas alfandegárias e cotas para suas exportaçoes.

Nao obstante, os países industrializados preferem uma ``fórmula vaga e limitadora', fazendo referência ao ``essencial dos produtos' exportados e nao a todos eles, explicou o porta-voz.

Por sua vez, os países subdesenvolvidos pedem aos mais ricos ``um compromisso moral' que abriria o acesso a ``todos os produtos' que exportam.

Os países do sul reivindicavam há tempos o livre acesso aos mercados das naçoes industrializadas, em particular para seus produtos agrícolas e têxteis.

Essas naçoes acusam os países ricos de ``protecionismo' e denunciam firmemente a política de ajuda direta à agricultura da Uniao Européia.

Os Estados Unidos também sofrem críticas, por causa da sua oposiçao à supressao de cotas para o setor têxtil.

Por outra parte subsistem as divergências sobre a reforma do sistema financeiro internacional, e os países industrializados recusam-se a incluir uma mençao para ``as questoes do desenvolvimento na evoluçao de uma nova ordem financeira'.

Esses desacordos voltam a mostrar a fissura ante o Norte e o Sul, que provocou o fracasso da recente reuniao da Organizaçao Mundial do Comércio (OMC) em Seattle.

Segundo o porta-voz da Unctad, os países industrializados nao querem adotar em Bangcoc compromissos explícitos que poderiam enfraquecer suas posturas negociadoras dentro da OMC em Genebra.

``As naçoes que dao a maior importância à questao das subvençoes agrícolas nao tem vontade de manter um discurso que poderia ser mal interpretado quando começarem a negociar na OMC', reconheceu o porta-voz Habib Uane.




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