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Burocracia para tirar
visto americano diminui

Cônsul diz que 95% dos pedidos solicitados são aprovados,
porém muitos ainda são negados por falta de vínculo no País

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
23/04/2012 | 07:13
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Quem sonha em conhecer a terra do Tio Sam precisa, além do passaporte, da concessão de visto para que o passeio ao país seja autorizado. Em visita à redação do Diário, na semana passada, o cônsul-geral interino William Popp comentou sobre os pré-requisitos analisados pelo consulado na hora de aprovar o visto. Ter comprovantes de vínculos financeiros, educacionais, familiares e de trabalho com o país de origem é determinante para a aprovação. Apesar das exigências, segundo Popp 95% dos pedidos solicitados pelos brasileiros são aprovados. "É importante chegar ao consulado com os planos para a viagem e, se já tiver ido outras vezes ao Exterior, também é valido".

O morador de Ribeirão Pires Daniel Fardin Soares, de 21 anos, entretanto, integra a minoria dos 5%. Ele fez a entrevista no fim de março, mas seu pedido de visto foi negado. O estudante de administração de empresas é professor de inglês há dois anos e trabalha com registro em carteira, mas o emprego e a universidade não bastaram. "Me informaram que eu não tinha vínculo suficiente com o Brasil, acredito que porque não tenho filhos ou casa própria", comentou. Como não poderá ir para os Estados Unidos, Fardin decidiu mudar o destino da viagem, que está prevista para dezembro. "Estou pensando em ir para a Inglaterra. Planejava ir como turista, decidi fazer intercâmbio de um mês na Europa."

Fardin não pretende pedir nova autorização de entrada no país tão cedo, isso porque, até receber a negativa dos americanos, foi preciso enfrentar uma marotana. O ribeirão-pirense agendou, em dezembro do ano passado, a entrevista para março, ou seja, foram três meses de espera. "E quatro horas na fila", lamentou.

MUDANÇAS - O interesse pela terra do Tio Sam cresce entre os brasileiros. De acordo com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos 1,5 milhão de brasileiros visitaram os Estados Unidos em 2011, 25% a mais que em 2010. E, até 2016, o número de brasileiros no país norte-americano deve subir para três milhões de pessoas, alta de 150% ante 2010. Só em São Paulo, o número de vistos processados pelos Estados Unidos subiu de 145 mil, em 2001, para 461, 6 mil em 2011- avanço de 217%.

Para atender os pedidos, em janeiro foram anunciadas mudanças que prometem deixar a maratona menos desgastante. Quem for renovar o visto (emitido com prazo de validade de cinco ou 10 anos) e que tiver vencido há dois anos não precisará fazer nova entrevista. Os menores de 16 anos e pessoas acima de 66 anos também estão isentos do procedimento. "O que diminui o número de pessoas que precisam ir ao consulado ou à embaixada", comentou Popp.

O cônsul lembrou da abertura dos dois novos consulados em Belo Horizonte e Porto Alegre, que devem ficar prontos em 2014 e também vão desafogar os atendimentos. A contratação de profissionais será outra iniciativa que promete ajudar no processamento dos vistos. Hoje no consulado de São Paulo há 110 funcionários americanos e 230 brasileiros, mas neste ano o montante deve ultrapassar 400.

As modificações na estrutura já impactam no tempo de espera para agendar as entrevistas, que era de 140 dias e caiu para 35 dias, em São Paulo. Mas o prazo ainda é extenso comparado a outros Estados, onde a procura é menor. "A meta do presidente Barack Obama é diminuir para menos de 20 dias até o fim do ano", explicou Popp. Isso significa que a capacidade de processamento dos visto poderá aumentar em 40%. É possível acompanhar diariamente o tempo de espera pelo site www.visto-eua.com.br.

Nido Oliveira, supervisor de visto americano da Celestino Assessoria, que ajuda turistas a dar entrada no visto, diz que já é possível identificar a queda no tempo de espera pelos turistas. "Há vagas disponíveis para o início de maio". Ele conta que, em média, a cada três minutos são preenchidas 30 vagas de entrevistas. Por conta disso, há seis funcionários para supervisionar o agendamento dos clientes no consulado.

 

Entrega dos documentos não será mais no consulado

No dia 7, o consulado americano irá inaugurar o Casv (Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto), que terá unidades em Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Na capital paulista serão dois: um em Pinheiros, na Rua São Gualter, 308, e outro na Saúde, na Rua José Witaker, 370. Nesses locais serão recolhidos os documentos do interessado em tirar o visto americano, além de colhida a digital. A mudança foi anunciada na quinta-feira.

Anteriormente, a entrega dos dados do turista e a entrevista eram feitas na mesma data. Quem já agendou as entrevistas até 31 de maio poderá ser atendido pelo sistema atual. Após a data, só a entrevista será feita no consulado, mas em outra dia.

De acordo com o Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, poderá ser no dia seguinte da visita ao Centro de Atendimento ou, no máximo, sete dias depois.

É no site brazil.usvisa-info.com que os interessados vão agendar as duas datas (a entrega dos documentos e a entrevista). Os Casvs funcionarão de segunda à sexta das 7h às 18h e, aos domingos, das 13h às 18h. Com a mudança, o soliticante poderá tirar a foto diretamente no local.

O custo para pedir o visto também vai diminuir. O solicitante pagará taxa única de US$ 160 (R$ 299,20 com o dólar a R$ 1,87), que engloba agendamento da entrevista, taxa de solicitação de visto e serviço de entrega do passaporte. Os gastos chegam a R$ 356.




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