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São Caetano massacra o Santos e vai à final do Paulistão
Fernão Silveira
Do Diário OnLine
03/04/2004 | 19:11
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O São Caetano confirmou sua vocação para algoz de favoritos e garantiu presença na final do Campeonato Paulista de 2004. O time do Grande ABC goleou o Santos por 4 a 0, neste sábado à tarde, no estádio Anacleto Campanella, pelo jogo de volta da semifinal. Invicto sob o comando do técnico Muricy Ramalho no estadual, o Azulão espera agora o vencedor do duelo Paulista x Palmeiras, neste domingo, em Araras. O jogo de ida acabou em 1 a 1.

Depois de uma primeira fase claudicante, marcada por um futebol pouco convincente e pela troca de treinadores, o São Caetano surge como o papão do mata-mata. O primeiro 'favorito' a sucumbir foi o São Paulo, derrotado por 2 a 0 em pleno Morumbi. Na semifinal, contra o Santos, o empate eletrizante na Vila Belmiro (3 a 3) e a vitória maiúscula no Anacleto Campanella (4 a 0) colocaram o Azulão na quarta final de peso em seus 14 anos de história.

O São Caetano sobrou em campo neste sábado. Assim como fizera diante do São Paulo, Muricy aprontou mais um 'nó tático' e neutralizou o adversário sem deixar margem de contestação. Todo o time foi eficiente, embora tenha saltado aos olhos a atuação de gala de Marcinho (autor de dois gols). Euller e Fabrício Carvalho também marcaram.

Muricy surpreendeu na escalação do São Caetano, optando pela entrada de Euller no ataque e pelo esquema 4-4-2 (em lugar do 3-5-2). O meio-campo teve três volantes (Mineiro, Marcelo Mattos e Fábio Santos) e apenas um armador (Marcinho). Mas não faltou ímpeto ofensivo ao time, que cedeu poucas chances de gol e dominou na maior parte do tempo.

Ao contrário do São Caetano, que jogou desfalcado do meia Gilberto (suspenso), o Santos entrou com força máxima. O técnico Emerson Leão optou por Basílio e Robinho no ataque, montando uma ofensiva rápida para tentar superar a defesa adversária. Jogando 'em casa', com a torcida santista dominando as arquibancadas do Anacleto, o Peixe teve uma atuação apagada e não resistiu.

O equilíbrio predominou nos primeiros minutos. O jogo começou truncado por causa da forte marcação exercida pelo São Caetano no meio-campo. Embora tentasse tomar as iniciativas ofensivas, o Santos trombava na retaguarda adversária e começava a abrir espaços para o Azulão descer em perigosos contragolpes.

Aos 13, Triguinho roubou a bola do lateral Paulo César na entrada da área e bateu forte, exigindo uma difícil defesa em dois tempos do goleiro Doni. Quatro minutos mais tarde, Mineiro colocou Fabrício Carvalho na cara do gol, mas o atacante demorou a finalizar e acabou travado pelo zagueiro Alex.

O Santos acordou com os dois sustos e passou a pressionar o São Caetano no campo de defesa. A primeira boa chance do Peixe saiu aos 19, num cruzamento de Léo para a área que Robinho cabeceou por cima do gol. O lado esquerdo do ataque santista era mesmo o pesadelo da defesa são-caetanense. Aos 28, Léo desceu novamente em velocidade e disparou uma bomba da intermediária. A bola estourou no travessão de Sílvio Luiz.

O momento da partida era 100% santista. O gol quase saiu aos 31, em nova investida pela esquerda. Basílio recebeu belo lançamento de Robinho e invadiu a área em velocidade, mas finalizou fraco para o gol. Sílvio Luiz espalmou para o meio e deu rebote para Léo, que ainda tentou completar. O arqueiro do Azulão se recuperou rapidamente e defendeu em definitivo.

O São Caetano percebeu que tinha de sair para o ataque e voltou a ameaçar o Santos. Anderson Lima, de falta, quase abriu o placar aos 33. Cinco minutos mais tarde, entretanto, a rede balançou. Marcinho recebeu passe de Fabrício Carvalho pela esquerda e desceu à linha de fundo, tendo Claiton em seu encalço. O camisa 10 deu dois dribles desconcertantes no volante santista e cruzou na medida para Euller, que apareceu nas costas de Léo e cabeceou sem chance de defesa para Doni: 1 a 0.

O Santos sentiu o golpe e voltou do intervalo mostrando fragilidade. O São Caetano aproveitou o momento de desequilíbrio do adversário para desferir o golpe fatal. Triguinho recebeu de Euller na lateral esquerda e cruzou para Fabrício Carvalho, de peito, surpreender o miolo da zaga santista e empurrar para o fundo do gol de Doni.

O time da Vila desabou de vez ao ver 2 a 0 no placar. Precisando da reação, o Santos partiu desordenadamente ao ataque. Leão trocou Elano por Robson e Diego por Luís Augusto. O estado de nervos do Peixe ficou claro na atitude de Diego ao ser substituído: o camisa 10 xingou o técnico Leão na linha lateral e recusou-se a cumprimentá-lo.

As mudanças surtiram pouco efeito para o Santos, pois o São Caetano continuou sobrando na marcação. Diante de um adversário escancarado, o Azulão ainda achou espaços para consolidar a vitória de forma ainda mais contundente. E foi assim que o placar acabou num histórico 4 a 0.

Aos 19, Euller passou por André Luiz após receber lançamento de Marcinho e bateu rente à trave direita de Doni. O último esboço de reação do Santos ocorreu aos 21, num chute forte de Léo que saiu à esquerda da meta de Sílvio Luiz.

O São Caetano sepultou o adversário nos pés de Marcinho, que teve sua excelente atuação coroada com dois belos gols. Aos 28, o camisa 10 recebeu de Euller na área e fuzilou por cima de Doni, fazendo 3 a 0. Muricy ainda fez duas alterações, colocando Lúcio Flávio (em lugar de Fabrício Carvalho) e Somália (Euller) para jogar. E foram os dois que construíram a jogada do quarto e último gol. Aos 44, Somália recebeu de Lúcio Flávio na área e rolou para Marcinho, livre, tocar no canto de Doni.

"É claro que dá para explicar a nossa derrota. O adversário fez uma grande atuação, foi superior e mereceu o resultado", dobrou-se o técnico Leão.

Antes de começar a decisão do Campeonato Paulista, o São Caetano tem compromisso decisivo pela Copa Libertadores da América. Quinta-feira (dia 8), no Anacleto Campanella, o Azulão recebe o Peñarol (URU) precisando vencer para seguir com chances no Grupo 1. Eliminado do estadual, o Santos só volta a jogar no dia 14, na Vila Belmiro, contra o Jorge Wilstermann (BOL). O Peixe já garantiu o 1º lugar do Grupo 7 da Copa Libertadores.




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