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Diminui tensao em Pequim na frente na embaixada dos EUA
Do Diário do Grande ABC
11/05/1999 | 15:38
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A tensao diminuiu claramente nesta terça-feira em Pequim em frente da embaixada dos Estados Unidos - alvo nos últimos três dias de manifestaçoes violentas -, enquanto os dirigentes chineses pediam ``uma virada de página', sem deixar por isso de apoiar os manifestantes.

No final do dia, somente policiais e jornalistas estavam ainda na frente do prédio, devastado por pedradas lançadas por manifestantes nos últimos dias.

Nesta terça, cerca de mil pessoas desfilaram em protesto diante da sede diplomática, enquanto que na véspera foram dez vezes mais numerosas.

O governo chinês destacou que nada tinha a ver com os atos de violência cometidos durante as manifestaçoes.

``Se as pessoas pensam que estas açoes tem o apoio do governo chinês, entao houve um mal-entendido', disse à imprensa o porta-voz do ministério das relaçoes exteriores, Zhu Bangzao.

Zhu foi entrevistado por causa das pedradas e das cenas de violência que marcaram certas manifestaçoes, organizadas em várias cidades chinesas para protestar contra o bombardeio pela OTAN da embaixada da China em Belgrado, que causou três mortos e deixou 20 feridos sexta-feira à noite.

Ao ser perguntado sobre as desculpas oficiais apresentadas pelo presidente norte-americano Bill Clinton, o porta-voz respondeu que a China tinha apresentado nesta segunda, segunda-feira, aos Estados Unidos, quatro ``exigências' e que ``ainda estavam esperando resposta'.

Estas incluem, além das desculpas oficiais de Washington, ``sançoes severas' para os responsáveis pelo bombardeio e uma investigaçao ``completa e profunda', com a publicaçao rápida de seus resultados.

Nesta terça, o ministro das relaçoes exteriores chinês exigiu um cessar dos bombardeios da OTAN na Iugoslávia como ``condiçao prévia' a qualquer discusao para uma soluçao política do conflito em Kosovo.

``A condiçao prévia é um cessar imediato dos bombardeios da OTAN porque, se nao, nao há nada que discutir', disse Zhu respondendo a uma pergunta sobre a posiçao chinesa sobre o projeto de soluçao política concluído na semana passada entre os países ocidentais e Rússia.

Os ministros das relaçoes exteriores do grupo dos sete países mais industrializados e Rússia (G8) tinham se colocado de acordo na quinta-feira passada sobre um projeto de instalaçao em Kosovo de ``presenças internacionais eficazes, civil e de segurança' sob o comando da ONU.

A China, que desde o dia 24 de março exige o ``cessar imediato' dos ataques da OTAN na Iugoslávia, é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, onde dispoe em conseqüência de um direito de veto sobre todo projeto de resoluçao.

``Qualquer resoluçao sobre Kosovo tem que ter a aprovaçao da Iugoslávia', garante Zhu.

Quando perguntado sobre as discussoes com o enviado especial russo para tratar do assunto Kosovo, Viktor Chernomirdin, que está em Pequim, Zhu limitou-se a destacar que os dois países ``estimam que os bombardeios contra a Iugoslávia tem que parar imediatamente'.

Por sua vez, o presidente chinês, Jiang Zemin, pediu nesta terça a seus compatriotas - referindo-se ao bombardeio da embaixada - ``virar a página', no momento em que a China precisa da cooperaçao dos ocidentais para poder atravessar o difícil período econômico atual.

Nao obstante, Jiang saudou as manifestaçoes. ``Elas provaram o entusiasmo, a vontade e a força do grande patriotismo do povo chinês', estimou.




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