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Metalúrgicos rejeitam proposta
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
19/09/2010 | 07:27
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Os 10 mil metalúrgicos da região presentes em assembleia, realizada ontem, recusaram por unanimidade a proposta feita pelas montadoras. Mesmo assim, a categoria não decreta greve, já que espera os desdobramentos das negociações.

Apesar de aceitarem o reajuste salarial de 10,8% (9% aplicados aos salários a partir deste mês e 1,66% em agosto de 2011), os trabalhadores não concordaram com a forma de pagamento do abono de R$ 2.200, em duas vezes - 20 de outubro e 19 de novembro -, e pedem que o índice de aumento de 1,66% seja contemplado neste mês.

Durante o ato, realizado em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, foi explicado aos presentes que a composição do reajuste de 9% é feita pela reposição da inflação (de 4,29%) e aumento real de 6,25%.

Se aprovado, esse índice elevaria o piso salarial para R$ 1.393 e o teto para R$ 7.630. Aqueles que recebem a mais, teriam direito a um ônus fixo mensal de R$ 687.

A proposta oferecida está sendo negociada desde agosto. A última reunião entre a FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT de São Paulo) e o Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), na sexta-feira, durou 13 horas - das 14h às 3h.

Durante a assembleia, os trabalhadores vaiaram a proposta, e alguns, se envolveram em um pequeno tumulto.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sergio Nobre, não será fácil retomar as negociações. "É sempre muito delicado. Vamos depender do comportamento dos empresários, já que conquistamos uma boa proposta. Não esperávamos essa rejeição."

Segundo a FEM-CUT/SP, esta reivindicação também será referendada pelos trabalhadores nas assembleias que acontecerão em Taubaté, São Carlos (hoje) e Tatuí (amanhã).

Segundo Nobre, o primeiro passo já foi dado. Ao final da assembleia de ontem, a bancada das montadoras foi comunicada sobre a decisão dos trabalhadores. O sindicato aguardará a resposta à contraproposta.

Até lá, os funcionários manterão as atividades normais. "Caso não haja negociação, por oposição das montadoras, não descartamos a realização de uma greve geral. Esse será o único jeito", afirma o dirigente sindical.

Durante as duas últimas semanas, foram realizadas pequenas paralisações nas fábricas e mobilizações.

APROVADO - No caso da bancada patronal conceder o que foi reivindicado (quanto o pagamento do abono e o reajuste de 1,66%), os funcionários já decidiram, na assembleia de ontem, que aprovam a proposta da campanha salarial, não sendo necessário realizar um novo ato de votação.

NÚMEROS - A Federação cutista representa 250 mil trabalhadores em todo o Estado, desses, 32 mil trabalhadores são das cinco montadoras (Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford, Scania e Toyota) de São Bernardo.

 




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