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Sul-africana inventa 'camisinha' contra estupradores
Da AFP
13/09/2005 | 17:12
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Filha de fazendeiros sul-africanos, Sonet Ehlers atende telefonemas de várias partes do mundo, inclusive da América Latina, de interessados em sua criação, o Rapex, uma espécie de preservativo feminino que adere ao pênis do estuprador, com a finalidade de "prendê-lo".

"Despertei uma enorme expectativa. Tenho recebido telefonemas de Islamabad, da Espanha, da América do Sul... De fato, os únicos países que não manifestaram interesse foram China, Japão e Rússia", explicou esta mulher de 57 anos, que cresceu nos campos de plantação de milho da província de Free State (centro).

Sonet Ehlers começou a pensar em um meio para proteger as mulheres dos estupros em 1969, depois de ter conversado com uma vítima.

"Meu principal objetivo é ajudar as mulheres. Uma mulher que foi violentada ainda está com vida, mas na verdade é como se estivesse morta", afirmou Ehlers, que investiu boa parte de seu dinheiro no aperfeiçoamento do Rapex.

"Não se trata de um objeto para punir os homens, mas para deixar as mulheres mais seguras", explica a inventora, ao apresentar sua criação: uma espécie de preservativo feminino de látex dotado de minúsculos ganchos destinados a prender o pênis do estuprador.

A África do Sul registra um número recorde de estupros, com mais de 52 mil casos ao ano, 40% deles contra menores de 18 anos.

Segundo a Rape Crisis, associação que combate este crime e está sediada na Cidade do Cabo (sul), a maioria das violações não é denunciada à polícia e, na verdade, ocorrem mais de um milhão de casos a cada ano.

A inventora garante que as muitas mulheres que usam o transporte público se sentirão mais seguras com o Rapex.

"É muito aceito entre as mulheres que usam táxis coletivos, ônibus, trens ou andam a pé", explicou Ehlers.

O Rapex, que deve ser posto à venda em 2006 ao preço de um rand (15 centavos de dólar, 12 centavos de euro), é introduzido na vagina com um aplicador e pode ficar dentro do corpo da mulher por 24 horas.

Em caso de estupro, o Rapex adere ao pênis, protegendo a mulher da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis, além de evitar a gravidez indesejada.

Ele "não causa danos ao pênis, mas adere à sua pele. Não é questão de vingança, não causa ferimentos graves, não põe em risco a vida" do agressor, afirma Ehlers, que no entanto explicou que "só pode ser retirado por um cirurgião".

"O estuprador deverá se dirigir a um hospital próximo (para que o retirem) e a polícia o deterá", explica.




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