O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou ontem que o governo cortará o ponto dos auditores da Receita Federal que estão em greve desde 18 de março. Mas explicou que, por enquanto, o corte no salário atingirá apenas os dias subseqüentes à decisão tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que autorizou o corte na quinta-feira passada. “Depois que o mérito for julgado, e acredito que nós vamos vencer, vamos descontar todos os dias parados”, disse Bernardo.

 Terminou ontem o prazo fixado pelo Ministério do Planejamento para que os ministérios e a AGU (Advocacia Geral da União) encaminhem à Secretaria de Recursos Humanos os nomes e as matrículas dos servidores em greve. Além dos auditores fiscais, a decisão atinge advogados da União e procuradores federais, que estão parados desde janeiro. Os auditores decidiram manter a greve por tempo indeterminado, mesmo depois da decisão do STF de derrubar uma liminar que barrava desconto dos dias parados.

 A decisão foi tomada na segunda-feira, em assembléias por todo o País, e divulgada oficialmente ontem pelo Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais). Foi mantido apenas 30% do pessoal trabalhando, seguindo determinação legal válida para atividades consideradas essenciais.

 O Unafisco informou que os auditores aprovaram a data de 16 de abril como o Dia Nacional de Entrega de Cargos na Receita Federal do Brasil. Quinta-feira a categoria deverá fazer atos públicos descentralizados em todas as unidades da Receita pelo País. Depois que o STF derrubou a liminar que proibia o desconto dos dias parados, vários auditores entregaram os cargos de chefia, e os nomeados para substituí-los se recusaram a assumir.