O vereador de Mauá Edgard Grecco Filho será expulso do PDT nos próximos dias. A decisão foi tomada por unanimidade pelos 44 integrantes do diretório municipal da sigla, que acataram parecer emitido pelo Conselho de Ética do partido pedindo a desfiliação do parlamentar por não acatar as orientações da cúpula, que apoia o governo do prefeito, Oswaldo Dias (PT), enquanto ele compõe o bloco de oposição ao petista.

Além da expulsão, o presidente do PDT em Mauá, Cláudio Donizete, anunciou que entrará na Justiça para cobrar a cadeira ocupada pelo vereador na Câmara (segundo o Tribunal Superior Eleitoral, os mandatos eletivos pertencem aos partidos, e não aos candidatos vitoriosos). A iniciativa abafa os comentários de bastidores de que Grecco e a executiva ostentavam acordo por uma expulsão de fachada, que garantiria o mandato ao parlamentar.

 "O Edgard foi orientado a dar base ao governo, mas não cumpriu", sintetizou Donizete, que passou a comandar o PDT em junho através de comissão provisória nomeada pela executiva estadual. A intervenção ao diretório do qual Grecco fazia parte foi arquitetada pelo comando paulista. Convenção no dia 19 constituiu nova direção, com Donizete sendo mantido no posto. "O diretório está mudado. Queremos um partido orgânico e que seus quadros acatem as orientações", alfinetou o mandatário.

Grecco foi informado da decisão pelo Diário - segundo o estatuto da sigla, o prazo para ele ser notificado pela direção se encerrou ontem - mas não mostrou surpresa. "Estava esperando (a expulsão) apenas se consumar", admitiu, sinalizando que sabia do risco que corria por rumar à oposição, em dezembro.

O risco foi recalculado, e novamente assumido, quando em junho o parlamentar selou acordo para ingressar no PMDB, atendendo a convite da deputada estadual Vanessa Damo. O mês marcou o auge da insatisfação de Grecco com o PDT, que, sob nova direção, passou a ser controlado pelo grupo de seu colega de Câmara, Cincinato Freire, que nos próximos dias anunciará a saída do PSDC para se tornar pedetista.

Apesar do cenário, o parlamentar não mostra preocupação com a possibilidade de perder o mandato. "Nas adversidades, é preciso ter equilíbrio", prega. Ele já tem delineada a linha de defesa, que será baseada "nos avanços" que proporcionou ao partido. "Cumpri meu papel. Sou o primeiro vereador eleito pelo partido em Mauá. Antes, o PDT era apêndice dos outros."