Cláusula aponta que aval de dois terços evita disputa; Bete tem maioria, mas Erick mantém nome
Lideranças do PT de Santo André admitem utilizar cláusula do estatuto do partido para impedir prévias caso não haja acordo em torno do pré-candidato majoritário para a eleição de 2020. O texto restringe a realização de disputa para escolha do prefeiturável, apontando que aval de dois terços do diretório evita a consulta às bases. Após as desistências de Eduardo Leite e Willians Bezerra, a vereadora Bete Siraque reúne maioria, mas o militante Erick Eloi mantém nome na concorrência.
A sigla abriu prazo para inscrição de pré-candidaturas do dia 1º a 15 de outubro. A proposta do presidente eleito Antonio Padre é chegar a consenso até novembro. O atual dirigente José Paulo Nogueira é defensor da ideia de afastar prévias. Apesar de estatutária, a situação é encarada como problemática. Nas duas vezes em que encaminhou disputa, aos pleitos municipais de 1992 e 2008, houve racha e o partido saiu derrotado do processo.
Zé Paulo reconheceu ser adepto ao uso do estatuto neste caso. Segundo ele, existem condições de construir consenso, mas “é claro” que a cláusula pode entrar na pauta. “Se o diretório decidir utilizar esse artigo é mais do que justo. Não vejo problema. Sou favorável em fazer valer cláusula do estatuto, que é para ser respeitado. Todo mundo tem conhecimento (desse mecanismo)”, disse o dirigente, ao frisar que defende o nome de Bete e é contrário a prévias. “A Bete tem mais de 95% da militância. Na democracia, o direito da maioria tem que ser acatado.”
Erick criticou, em suas redes sociais, o movimento contrário às prévias, atacando parte das alas que encampa a proposta. “Fica claro que a autocrítica passa longe do horizonte dos principais participantes da derrota em 2016. É um fato cada vez mais explícito que construir programa competitivo para a Prefeitura e que envolva o conjunto do partido não está na ordem do dia desse grupo de iluminados. Avaliação fraca e estratégia esvaziada, ao tentarem construir candidatura por fora da militância, preferem o golpe, e agem como golpistas ao se negarem a consultar o partido.”
Bete ponderou que é prematuro avaliar cenário no momento. Para ela, adequado é encontrar unidade, “sem afobação”. “Vamos dialogar internamente, identificar o que é melhor para o PT e qual o encaminhamento a ser tomado. Veremos como a nova direção do PT irá encaminhar os trabalhos.”
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