Política Titulo Santo André
PT cogita usar estatuto para impedir prévias

Cláusula aponta que aval de dois terços evita disputa; Bete tem maioria, mas Erick mantém nome

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
04/10/2019 | 07:47
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Lideranças do PT de Santo André admitem utilizar cláusula do estatuto do partido para impedir prévias caso não haja acordo em torno do pré-candidato majoritário para a eleição de 2020. O texto restringe a realização de disputa para escolha do prefeiturável, apontando que aval de dois terços do diretório evita a consulta às bases. Após as desistências de Eduardo Leite e Willians Bezerra, a vereadora Bete Siraque reúne maioria, mas o militante Erick Eloi mantém nome na concorrência.

A sigla abriu prazo para inscrição de pré-candidaturas do dia 1º a 15 de outubro. A proposta do presidente eleito Antonio Padre é chegar a consenso até novembro. O atual dirigente José Paulo Nogueira é defensor da ideia de afastar prévias. Apesar de estatutária, a situação é encarada como problemática. Nas duas vezes em que encaminhou disputa, aos pleitos municipais de 1992 e 2008, houve racha e o partido saiu derrotado do processo.

Zé Paulo reconheceu ser adepto ao uso do estatuto neste caso. Segundo ele, existem condições de construir consenso, mas “é claro” que a cláusula pode entrar na pauta. “Se o diretório decidir utilizar esse artigo é mais do que justo. Não vejo problema. Sou favorável em fazer valer cláusula do estatuto, que é para ser respeitado. Todo mundo tem conhecimento (desse mecanismo)”, disse o dirigente, ao frisar que defende o nome de Bete e é contrário a prévias. “A Bete tem mais de 95% da militância. Na democracia, o direito da maioria tem que ser acatado.”

Erick criticou, em suas redes sociais, o movimento contrário às prévias, atacando parte das alas que encampa a proposta. “Fica claro que a autocrítica passa longe do horizonte dos principais participantes da derrota em 2016. É um fato cada vez mais explícito que construir programa competitivo para a Prefeitura e que envolva o conjunto do partido não está na ordem do dia desse grupo de iluminados. Avaliação fraca e estratégia esvaziada, ao tentarem construir candidatura por fora da militância, preferem o golpe, e agem como golpistas ao se negarem a consultar o partido.”

Bete ponderou que é prematuro avaliar cenário no momento. Para ela, adequado é encontrar unidade, “sem afobação”. “Vamos dialogar internamente, identificar o que é melhor para o PT e qual o encaminhamento a ser tomado. Veremos como a nova direção do PT irá encaminhar os trabalhos.” 




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